Plano de reajuste não diminui risco da Itália
Mesmo com programa de ajuste de 47 bilhões de euros para tentar conter o déficit orçamentário, S&P alerta para as frágeis perspectivas da economia italiana
A dívida pública da Itália já alcança 120% do PIB
A agência de classificação Standard and Poor’s (S&P), que pensa desde o final de maio em baixar a nota na Itália, afirmou nesta sexta-feira que existem riscos sobre as finanças públicas do país, apesar da adoção, na quinta-feira, de um novo plano de ajuste. “Apesar destas medidas, continuamos pensando que existem riscos substanciais em relação ao plano governamental de redução da dívida, primeiramente devido às frágeis perspectivas de crescimento da Itália”, informou a agência em um comunicado.
Novo plano – Conforme previsto, o governo Silvio Berlusconi aprovou nesta quinta-feira no Conselho de Ministros um plano de austeridade trienal estimado no valor de 47 bilhões de euros, que tem como um de seus principais objetivos conseguir o equilíbrio orçamentário para 2014, além de proteger a economia da crise grega.
Apesar de os detalhes do plano ainda não terem sido divulgados, especialistas esperam que as medidas incluam contenção de despesas e tentativas de apoiar o desenvolvimento, com estímulos fiscais. A aprovação ocorre quando a dívida pública da Itália já equivale a 120% do PIB.
Em entrevista a jornalistas, após a aprovação do plano, Berlusconi ressaltou que “todos” estão convencidos de que não pode existir um “futuro positivo” caso se continue “carregando as futuras gerações com um déficit no balanço”.
Os encarregados de apresentar o plano, além do próprio Berlusconi, foi o ministro da economia, Giulio Tremonti, principal artífice do ajuste. O parlamento italiano tem 60 dias para aprovar o projeto.