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Analistas preveem indústria fraca também no segundo semestre

Medidas de estímulo adotadas pelo governo funcionam apenas no curto prazo e de maneira restrita, avalia o mercado

Por Keila Cândido
3 jul 2012, 13h51

A queda de 0,9% na produção industrial do mês de maio não chegou a surpreender o mercado e deve continuar no segundo semestre, segundo analistas consultados pelo site de VEJA. No acumulado do ano, houve queda de 3,4% na comparação com o mesmo período de 2011, mostrando claramente que medidas pontuais de estímulo não são suficientes para resgatar o setor industrial da falta de competitividade, produtividade e da queda da demanda externa. Segundo o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eletrodomésticos da linha branca, móveis, automóveis e materiais para a construção não culminou numa possível recuperação do setor industrial.

“As medidas adotadas pelo governo não resolvem a situação da indústria porque beneficiam apenas alguns setores e são emergenciais”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. O resultado, segundo ele, é a confirmação de que políticas de curto de prazo não são suficientes para resolver o problema industrial.

Não bastasse o panorama pouco otimista, os economistas tampouco esperam números animadores nos próximos meses. “Levando em conta a queda acentuada na produção de Bens de Capital e no resultado pífio da indústria automotiva, projetamos queda ao longo de todo o ano”, diz André Perfeito, da Gradual Investimentos. Segundo o último relatório Focus, do Banco Central, as projeções do mercado continuam no azul para a produção industrial: 0,39% de crescimento anual em 2012. Contudo, na avaliação de Perfeito, o indicador terminará o ano no vermelho, próximo de -0,2%.

Ainda segundo o analista, há sinais que indicam uma possível recuperação em 2013, mas a perspectiva é de que até o final do ano a crise na Europa agrave-se ainda, penalizando a indústria brasileira. O cenário externo incerto também estimula a desaceleração dos investimentos estrangeiros no Brasil – o que acaba prejudicando o mercado de trabalho. Há ainda o alto nível de inadimplência da população, que bateu recorde de 6% em maio ante abril, segundo dados do Banco Central – e tem efeitos diretos sobre o esfriamento da demanda no mercado interno.

De acordo com os analistas, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá sofrer influência negativa da produção industrial e corre o risco de não corresponder às expectativas mais baixas do mercado. Na última segunda-feira, o relatório Focus apontava nova revisão nas perspectivas de crescimento da economia para 2012: de 2,18% para 2,05%. “O PIB do segundo trimestre não tem motivo algum para ser melhor que o primeiro”, afirma o economista da TOV, Pedro Paulo Silveira. “A questão agora não é mais se vamos ter um PIB bom este ano, mas se vamos ter um PIB positivo”, diz André Perfeito.

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