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ALL diz que não recebeu comunicado oficial da Argentina

Em pronunciamento realizado nesta terça, o ministro argentino do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, anunciou a estatização de linhas ferroviárias que estavam sob controle da companhia

Por Da Redação
4 jun 2013, 20h35

A América Latina Logística (ALL) afirmou nesta terça-feira que não recebeu qualquer informação oficial do governo da Argentina até o momento a respeito do cancelamento das concessões de linhas ferroviárias no país. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a ALL esclarece que tomará todas as medidas judiciais cabíveis assim que tomar conhecimento oficial da decisão. A ALL tem entre seus acionistas a 3G Capital, gestora de recursos do empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, que recentemente fechou a aquisição da Heinz.

A empresa reitera no comunicado que, de acordo com o que havia anunciado ao mercado, buscava potenciais investidores interessados em comprar participação nas concessões da ALL Argentina, “em vista do atual cenário político e econômico da Argentina”. A companhia também comunica que a “ALL Argentina ao longo dos anos se tornou pouco representativa nos resultados consolidados da companhia, demandando foco desproporcional por parte da sua administração”. Em 2012, os resultados dessas concessões corresponderam a 6,5% da receita líquida e 0% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) total da companhia. No comunicado, a empresa disse que manterá seus acionistas e o mercado em geral informados acerca da eventual evolução do assunto objeto dessa comunicação.

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Mais cedo, o governo de Cristina Kirchner anunciou, por meio de pronunciamento do ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, mais uma desastrosa ação intervencionista ao estatizar as concessões de linhas ferroviárias que estavam em mãos da ALL. “Houve graves descumprimentos do contrato, apurados pela Auditoria-Geral da Nação e a Comissão Nacional de Regulação de Transporte”, argumentou Randazzo, na Casa Rosada. O ministro também anunciou a retomada da concessão da linha ferroviária de passageiros do “Tren de la Costa”, da Sociedad Comercial del Plata. De acordo com o jornal argentino Clarín, o anúncio teve ainda outra surpresa: o estado passará a controlar também o Parque de la Costa, localizado em Tigre, nos arredores da capital Buenos Aires.

Segundo o jornal argentino, Randazzo disse ainda que o país está “disposto a estatizar todos os trens se o serviço não melhorar”. Contudo, o governo não deu explicações sobre o que fará com o parque de diversões.

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“Rescindimos o contrato com ALL por multas aplicadas e não pagas; pelo não pagamento de direitos de exploração por mais de seis meses; abandono de ramais; suspensão de vias e traslado de ativos”, justificou o ministro. Segundo ele, as ferrovias serão operadas pela empresa Belgrano Cargas, reestatizada há duas semanas. “A decisão do governo é de a de melhorar o transporte e quem não cumprir os contratos tem deixar a concessão”, avisou.

A ALL já estava na mira do Executivo argentino desde o final de 2012, quando determinou à Auditoria Geral da Nação (AGN) a realização de “auditorias integrais” nas duas ferrovias de cargas operadas pela brasileira: ALL Central (ex- San Martin o Bap) e ALL Mesopotâmica (ex-Urquiza o Meso). A primeira cruza todo o centro país, desde Mendoza até Buenos Aires, enquanto a segunda liga Buenos Aires até o Paraguai, Uruguai e Brasil. São mais de 8 mil quilômetros de rede, por onde são transportadas cerca de 5 milhões de toneladas de carga por ano.

O governo considerou que ALL não realizou os investimentos e as obras necessárias nas ferrovias. A auditoria informou que, desde meados dos anos 90 até outubro de 2012, a empresa acumulou uma dívida de 237 milhões de pesos argentinos (cerca de 44 milhões de dólares, pelo câmbio oficial) com o estado, referentes aos direitos de exploração do serviço. A investigação apurou que a ALL só realizou 9,75% do plano de obras comprometido no valor de 349 milhões de dólares. Dos 935 quilômetros de ferrovia que deviam ser recuperados, somente 162 foram recondicionados. Além disso, 30% da frota entregada em regime de comodato se encontra sem condições de operar.

(com Estadão Conteúdo)

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