Alemanha mantém baixo crescimento no 3º trimestre
Nem mesmo o aumento das exportações e do consumo privado ajudaram a Alemanha a melhorar sua atividade
As exportações e o consumo privado ajudaram a Alemanha a continuar crescendo no terceiro trimestre deste ano, embora a uma taxa mais lenta do que anteriormente, uma vez que a maior economia da Europa sente os efeitos da crise da zona do euro.
O Escritório Federal de Estatísticas confirmou nesta sexta-feira que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 0,2% nos três meses até outubro, depois de expandir 0,3% segundo trimestre, uma vez que as empresas adiam os investimentos devido às incertezas provocadas pela crise.
Os números mostram que as exportações deram suporte ao crescimento no terceiro trimestre, subindo 1,4%, enquanto os gastos do governo avançaram 0,4% e o consumo privado subiu 0,3%. A Alemanha manteve-se bem durante os dois primeiros anos da crise que vem prejudicando a eurozona, mas a entrada em recessão de uma série de economias do continente e a piora do cenário global levaram empresas a segurar os investimentos.
Os dados ajustados sazonalmente mostraram que o investimento bruto de capital (corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital, como máquinas e equipamentos, e formação de estoques) não contribuiu para o crescimento alemão no terceiro trimestre.
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“As empresas estão investindo menos em máquinas e outros equipamentos. A única explicação para isso é uma crise de confiança, o que significa que a economia alemã irá perder mais velocidade”, disse Holger Schmieding, do Berenberg Bank.
A fabricantes de chips Infineon já afirmou que irá reduzir os investimentos planejados. “As duras medidas no sul da Europa, o crescimento mais fraco na China e as incertezas sobre a crise do euro são todos fatores que contribuem”, disse Schmieding.
Economistas esperam uma contração no quarto trimestre, mas estimam que a Alemanha irá evitar uma recessão, marcada por dois trimestres seguidos de recuos no PIB na comparação trimestral.
Dados nesta semana mostraram que as expectativas dos fornecedores de serviços são as mais pessimistas desde março de 2009, uma vez que as empresas estão mais preocupadas que os clientes reduzam seus orçamentos no próximo ano e que a crise da zona do euro prejudique uma recuperação alemã.
(com agência Reuters)