Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Alemanha e França farão esforço para manter Grécia no euro

Ministros de Finanças dizem que o país possui seu lugar na união monetária, mas deve respeitar compromissos

Por Da Redação
21 Maio 2012, 16h06

Os ministros de Finanças de Alemanha, Wolfgang Schäuble, e França, Pierra Moscovici, disseram nesta segunda-feira em entrevista coletiva que ambas as nações não medirão esforços para manter a Grécia no euro e também apontaram seus pontos de vista sobre as soluções para a crise europeia. “Concordamos em fazer todo o esforço possível nesse sentido”, disse Schäuble a repórteres.

O ministro francês, por sua vez, disse que tanto ele quanto Schäuble concordam que a Grécia possui seu lugar na zona do euro, mas Atenas deve respeitar seus compromissos. “A Europa precisa enviar sinais claros de reforço aos investimentos e ao crescimento na Grécia, em um momento no qual o país vive uma forte recessão”, disse durante sua primeira visita à Berlim como ministro de Finanças do governo socialista de François Hollande.

Para Schäuble, a eleições legislativas gregas de 17 de junho precisam legitimar um governo funcional. Apesar das declarações de apoio dos ministros, o caos político grego tem alimentado fortemente a perspectiva de saída do país do euro. Para ilustrar o teor das preocupações políticas com relação à Grécia, Paris, o líder da esquerda radical grega, Alexis Tsipras (apontado como provável vencedor nas eleições legislativas de 17 de junho), disse que o memorando – plano de austeridade imposto pela UE e pelo FMI ao país em troca de assistência financeira – não será negociado “porque o inferno não se negocia”.

A Grécia, no entanto, não é o único país onde tem ganhado espaço o voto contrário às medidas de austeridade. Nas eleições municipais celebradas no domingo e na segunda-feira na Itália, houve abstenção massiva – e um voto crescente a favor de um movimento hostil à “partidocracia”, que governará a cidade de Parma.

Alemanha isolada – Ante este clamor por mudanças e com a campanha do presidente socialista francês a favor do crescimento econômico, a Alemanha parece cada vez mais isolada em sua defesa ferrenha à austeridade como remédio para a crise da dívida na Europa. Moscovici e Schäuble quiseram transmitir, contudo, uma imagem de unidade dois dias antes de uma reunião de chefes de Estado e da União Europeia prevista em Bruxelas.

Continua após a publicidade

Em um sinal a Berlim, o ministro francês afirmou que “serão respeitados os compromissos adotados pelo presidente François Hollande durante sua campanha em matéria de finanças públicas”. Isso sim, repetiu ele em Paris, “colocará sobre a mesa” todas as soluções possíveis para estimular o crescimento na zona do euro, dando a entender que entre estas medidas estão os eurobônus, obrigações comuns europeias rejeitadas por Berlim.

Segundo o ministro Moscovici, os eurobônus são uma ideia forte para a França.

Ao mesmo tempo, o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, Georg Streiter, afirmou nesta segunda-feira que, “para a Alemanha, as obrigações europeias comuns não são uma solução”. A primeira economia europeia, que continua crescendo apesar da crise da zona do euro e das dificuldades de seus vizinhos e sócios, considera que as taxas de juros muito baixas através das quais o país financia sua dívida são fruto de seu controle orçamentário – e não se dispõe a dividir os ganhos de sua economia com outras nações que não apresentarem os mesmo níveis de sacrifício.

Tanto Schäuble quanto Moscovici mostraram-se evasivos sobre um tema delicado: a possível nomeação de Schäuble à frente do grupo de ministros de Finanças da Eurozona, o Eurogrupo. Segundo uma fonte diplomática francesa consultada pela AFP, Paris considera “incômodo que uma das maiores economias da zona do euro presida o Eurogrupo”.

Continua após a publicidade

Outro ponto de divergência europeu tem sido quanto à capacidade de recuperação da Espanha, cuja economia voltará a contrair-se no segundo trimestre deste ano, ou de seus bancos. Nesta segunda-feira, Schäuble disse estar convencido que Madri tomará as decisões necessárias.

O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, afirmou que a Espanha não precisará de nenhum tipo de ajuda externa para recapitalizar seus bancos, derrubados pelo estouro da bolha imobiliária. Contudo, o presidente francês, que receberá na quarta-feira o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, defendeu a ativação dos “mecanismos de solidariedade europeia” para os bancos espanhóis.

Até agora, Berlim foi contrário a que os fundos de ajuda europeus – o FEEF e seu sucessor, o MEE – pudessem ajudar diretamente aos bancos.

(com Agence France-Presse)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.