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Alemanha diz que não haverá outro programa de resgate à Grécia

Ministro das Finanças rechaça a possibilidade de uma nova reestruturação da dívida e garante: "Não é responsável jogar dinheiro em um poço sem fundo"

Por Da Redação
19 ago 2012, 16h57

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse neste sábado que há limites para a ajuda que pode ser concedida à Grécia e disse que o país atingido pela crise econômica não deve esperar a oferta de novo programa.

“Não é responsável jogar dinheiro em um poço sem fundo. Nós não podemos criar ainda um novo programa”, disse Schaeuble em Berlim.

A declaração do ministro alemão evidencia a tensão que se alastra sobre a Europa semanas antes de Atenas anunciar, oficialmente, se o país conseguiu cumprir as metas de ajuste fiscal determinadas pela troika – grupo formado por União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. Um grupo de técnicos europeus chegará à Grécia nos próximos dias para verificar se o país está conseguindo reduzir seu déficit fiscal. A visita causa grande expectativa na Europa, já que, caso o país não consiga honrar seu compromisso com a troika, a possibilidade de calote da dívida e uma saída desordenada da zona do euro se torna cada vez mais evidente.

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Para evitar o pior, a Grécia tem pedido o adiamento do prazo para a redução do déficit orçamentário. Representantes do Ministério das Finanças da Grécia calcularam que a economia do país se recuperaria mais rapidamente e sua dívida seria mais sustentável se a nação recebesse mais dois anos para reduzir o déficit. Segundo a imprensa grega, o premiê Antonis Samaras deve apresentar uma proposta de alongamento de prazos na próxima semana aos líderes da França e da Alemanha e também ao presidente do Eurogroup, Jean-Claude Juncker.

Metas ‘dolorosas’ – Sob os temos do pacote de resgate do país pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional, a Grécia tem que implementar dolorosas medidas de austeridade para reduzir seu déficit orçamentário para abaixo de 3% do PIB até o final de 2014. Em 2011, o nível foi de 9,3%.

Mas, com o país mergulhado no quinto ano consecutivo de recessão e o descontentamento político e social aumentando, Samaras tem interesse em suavizar o impacto dos cortes orçamentários sobre a sociedade ao alongar o prazo definido pelos credores internacionais. Ainda de acordo com a imprensa grega, o governo de Samaras acredita que um prolongamento do prazo em dois anos ajudaria a economia a encolher mais lentamente em 2013 e a se recuperar mais rapidamente a partir de 2014.

Sob tal cenário, a economia encolheria 1,5% em 2013 e cresceria 2% em 2014, segundo o jornal. Se a extensão do prazo não for concedida, a economia se retrairá em até 4,5 por cento no próximo ano e não vai retomar o crescimento antes de 2015.

Já existe no pacote de ajuda de 130 bilhões de euros ao país uma cláusula que estabelece que o período de ajuste do déficit pode ser alongado se a recessão for mais profunda que o esperado. No primeiro semestre, a economia da Grécia se contraiu a uma taxa anual de 6,35%, ante uma previsão de encolhimento de 4,7% no ano pelo FMI/UE. Samaras afirmou no mês passado que a economia do país pode encolher mais de 7% em 2012.

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Críticas ao governo – Dúvidas têm crescido sobre a capacidade de Atenas em cumprir as metas definidas no pacote de ajuda, o que tem feito alguns políticos europeus a pedirem a saída da Grécia da zona do euro ou o perdão de parte da dívida do país para preservar o euro. De acordo com a revista alemã Der Spiegel, que teve acesso a relatórios preliminares da troika em relação ao endividamento grego, há críticas fortes contra o governo de Samaras.”A delegação criticou em seu relatório que o governo do primeiro-ministro Antonis Samaras não foi capaz de explicar como as economias de 11,5 bilhões de euros deveriam ser alcançadas”, informou a revista. “Cerca de um terço está descoberto”, disse.

A Grécia provavelmente terá que cortar mais 2,5 bilhões de euros em gastos ao longo dos próximos dois anos para cumprir as exigências feitas por seus credores internacionais em troca de ajuda financeira. Segundo a reportagem da Der Spiegel, a Grécia precisará de 14 bilhões de euros nos próximos dois anos para conseguir que seu déficit fique abaixo dos 3% no final de 2014, em comparação aos 11,5 bilhões estimados anteriormente.

Samaras vai se reunir na próxima semana com os líderes da França e da Alemanha – ele verá a chanceler Angela Merkel em Berlim na sexta-feira -, e também com Jean-Claude Juncker, chefe do Eurogrup de ministros das finanças.

(Com Reuters)

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