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Ações da Oi desabam após reavaliação da S&P e da Moody’s

Agências mantiveram perspectiva da empresa brasileira no campo negativo após o anúncio de fusão; elas alegam o alto endividamento

Por Da Redação
3 out 2013, 16h29

Apesar de o governo brasileiro e o mercado ter chancelado a compra da Oi pela Portugal Telecom, houve uma reavaliação de expectativas nesta quinta, um dia depois do anúncio da fusão. A queda das ações da empresa de telecomunicações brasileira puxou o Ibovespa para baixo desde o início da manhã. Às 16h20, a ação preferencial da Oi caía quase 13%, a 3,89 reais, e a ordinária recuava 11,23%, a 4,11 reais. Já o principal índice da BM&FBovespa acumulava queda de 1,34%.

O movimento desta quinta é o oposto ao de quarta, quando houve o anúncio e as ações da empresa subiram mais de 5%. Contudo, a manutenção da perspectiva de nota da Oi (para o campo negativo) por parte das agências de classificação de risco Standard & Poor’s e Moody’s deu um novo tom ao negócio nesta quinta. “No anúncio da fusão, houve uma certa euforia. Os investidores saíram comprando, achando que a ação estava barata e iriam ter vantagem. Mas agora estão analisando a complexidade da operação e a dívida da empresa, que vai ser maior”, afirmou o analista Henrique Kleine, da Magliano Corretora.

A multinacional criada pela união da Oi com a Portugal Telecom já nasce com uma dívida líquida de 41,2 bilhões de reais, o equivalente a 4,1 vezes sua geração de caixa medida pelo Ebitda – sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação. “Baseado em informações proforma dos dados da Oi encerrados em 30/06/2013 e dos dados da PT de fechamento de ano em 2012, a combinação (de empresas) teria resultado em Dívida Total/ EBITDA de cerca de 4,1 vezes, que nós ainda consideramos elevado para a categoria de rating Baa3 e esta é a principal razão pela qual nós mantemos nossa perspectiva negativa para o rating da Oi”, afirmou a Moody’s, em comunicado.

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Apesar do aumento de capital em dinheiro previsto pela operação, de 7 bilhões a 8 bilhões de reais, para reduzir a alavancagem da companhia, a operação implicará em diluição dos atuais acionistas. “O mercado se deu conta hoje de que o acionista da Oi não vai ficar com grande parte dos benefícios da fusão”, afirmou o analista Daniel Bermudes, da Quantitas Asset Management. “Ele vai ser diluído por causa do aumento de capital, e as dívidas que estão na holding e nos controladores vão acabar sobrando para a empresa, todos os acionistas vão pagar”, completou.

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O anúncio de fusão ocorre cerca de três anos após a entrada da Portugal Telecom no capital da Oi, que vendeu sua participação na operadora móvel brasileira Vivo em 2010 para a espanhola Telefónica. Depois da conclusão do negócio, os acionistas da Portugal Telecom terão entre 36,6% e 39,6% da CorpCo, com a maioria do capital nas mãos de investidores brasileiros, entre eles o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e grandes fundos de pensão. A transação prevê a incorporação da Portugal Telecom pela CorpCo e simplificará a complexa estrutura societária atual das duas empresas. O novo grupo terá capital pulverizado, sem a figura de grupo de controle.

Negociações – Especulações sobre a mudança de controle na Oi ganharam corpo depois que o conselho de administração da Telemar Participações, empresa controladora da Oi, confirmou que o então presidente Francisco Valim Filho deixaria o cargo. A notícia havia sido antecipada pela coluna Radar, de Lauro Jardim, em janeiro deste ano. Em seu lugar assumiu Zeinal Bava.

Pouco depois, a coluna também antecipou que os empresários Carlos Jereissati e Sérgio Andrade, dos grupos Jereissati e Andrade Gutierrez, iniciaram negociações para a venda dos suas participações na Oi – de 19,35% cada um – para a Portugal Telecom, dona de 12,07% da holding. As conversas entre os grupos tiveram início em dezembro, em Lisboa. A coluna informou ainda que o BTG Pactual estava intermediando a negociação e que o valor total do acordo poderia chegar a 2 bilhões de reais.

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(Com Reuters)

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