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Abilio Diniz deixa conselho do varejista francês Casino

Diretores decidem não renovar indicação do empresário como conselheiro; Casino, que é um dos donos do Pão de Açúcar, dá início à estratégia para se tornar controlador único

Por Da Redação
29 mar 2012, 14h11

O grupo francês de varejo Casino – que no Brasil é um dos controladores do Grupo Pão de Açúcar – informou nesta quinta-feira que seus diretores decidiram, por unanimidade, propor à assembleia-geral da empresa a renovação do mandato de todos os membros atuais do conselho de administração, com exceção, devido aos conflitos atuais, de Philippe Houzé e do empresário Abilio Diniz. Desta maneira, o executivo brasileiro perde a posição que possuía desde 1999 no conselho da varejista francesa – para a qual, inclusive, havia sido convidado pelo próprio Casino. A decisão não tem efeito nas operações do Pão de Açúcar no Brasil, pois as empresas são independentes. Houzé é executivo-chefe da Galeries Lafayette e co-proprietário da rede Monoprix.

De acordo com a assessoria de imprensa do Casino, Abilio está em Paris nesta quinta-feira e, pela manhã, participou da reunião que decidiu seu destino na companhia. A proposta de renovação do conselho, com possível destituição de Houzé e Diniz, estava na pauta da reunião.

Em e-mail enviado ao site de VEJA, Abilio Diniz afirmou que, durante os últimos doze anos, mesmo em momentos difíceis, defendeu os interesses do Casino e de seus acionistas, mantendo o compromisso de apoiar a companhia. Abilio disse esperar que o Casino faça o mesmo enquanto acionista do Grupo Pão de Açúcar. O empresário reforçou ainda que mantém a posição de Presidente do Conselho de Administração do GPA.

Pano de fundo – O Casino tornou-se acionista do Pão de Açúcar em 2005 e a operação brasileira vem ganhando peso em seus resultados, haja vista a estagnação da economia na Europa e o crescimento do Brasil. Nos últimos anos, o Pão de Açúcar liderou um movimento de consolidação no varejo doméstico, ampliando de forma significativa sua presença no mercado ao adquirir, entre outros ativos, as redes Ponto Frio e Casas Bahia.

Em 2011, Diniz tentou equacionar uma fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour no Brasil. A operação foi abortada duas semanas após ter sido anunciada, diante de críticas ferrenhas do Casino e de questionamentos a alguns pontos do plano, entre eles o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao negócio. Desde então, o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, vem afirmando que exercerá o direito de assumir o controle do Pão de Açúcar.

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Tema em foco: Carrepão – a batalha dos supermercados

A caminho do controle único – Na semana passada, o Casino também deu início formal ao processo para assumir o controle do Pão de Açúcar, ao enviar carta em que notificava seu sócio no grupo brasileiro Abilio Diniz da decisão de exercer o direito de nomear o chairman do Conselho de Administração da Wilkes – a holding de controle da rede varejista brasileira.

Seu comando hoje é compartilhado, mas o Casino tem a opção neste ano, conforme o acordo de acionistas, de indicar o chairman. “A decisão do Casino de exercer tal direito o tornará o único acionista controlador do Grupo Pão de Açúcar, conforme previsto no acordo de acionistas da Wilkes”, informou a empresa francesa em comunicado à imprensa.

“Tal decisão demonstra mais uma vez o compromisso de longo prazo do Casino com o Brasil e a sua plena confiança no futuro brilhante do Grupo Pão de Açúcar e em seu extraordinário time de executivos”, acrescentou a empresa francesa.

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Abilio segue à frente – Apesar de sair do controle acionário, Diniz continuará, também pelo acordo de acionistas da Wilkes, como chairman do Grupo Pão de Açúcar nos próximos anos.

Compensação – A coluna Radar On-line de VEJA apurou em fevereiro que um dos desfechos possíveis da negociação entre Diniz e o Casino é a cessão ao brasileiro da Via Varejo (ex-Globex), que é dona do Ponto Frio e Casas Bahia. Por essa solução, Abílio sairia dos supermercados e levaria a maior rede de varejo de eletroeletrônicos do Brasil.

(com Reuters)

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