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À espera de votação de meta fiscal, mercados fecham quase estáveis

Investidores temem que governo tenha dificuldades para aprovar no Congresso a nova meta fiscal, que prevê rombo de 170,5 bilhões de reais em 2016

Por Da Redação
24 Maio 2016, 18h14

O dólar fechou com leve baixa em relação ao real e a Bovespa terminou em leve alta nesta sexta-feira, em meio a avaliações de que o governo deve enfrentar dificuldades para aprovar no Congresso Nacional a nova meta fiscal — que prevê rombo de 170,5 bilhões de reais este ano — e as medidas para reequilibrar as contas públicas apresentadas nesta manhã. No fim da sessão, o dólar recuou 0,19%, a 3,5755 reais na venda, e a Bolsa teve avanço de 0,17%, a 49.413 pontos, segundo dados preliminares.

“Está ficando claro que o governo não tem uma força tão grande no Congresso, especialmente depois da saída do Jucá. Pode ser que fique preso na mesma armadilha em que caiu o governo anterior, tendo que lutar por apoio”, disse o operador de um importante banco nacional, referindo-se ao ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, que se licenciou do cargo.

“O mercado está trabalhando com o cenário de que a meta passa. Um cenário diferente — atrasos na aprovação, autorização para gastos adicionais — pode gerar algum nervosismo”, disse pela manhã o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater.

No mercado de ações, a Bolsa fechou longe das máximas, pressionada pela queda das ações do Banco do Brasil, que recuaram mais de 5% após o anúncio de que o fundo soberano do pré-sal – em parte composto por ações do BB – será extinto.

No câmbio, a moeda americana anulou as perdas após o cancelamento das sessões da Comissão Mista de Orçamento (CMO) marcadas para esta terça-feira que avaliariam a meta fiscal para este ano. A reunião fora marcada originalmente para segunda-feira, mas foi cancelada por falta de quórum.

Isso não impede que o plenário do Congresso analise o tema, possivelmente ainda nesta terça-feira, mas muitos operadores entenderam a suspensão como evidência de que o cenário político continua incerto.

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A percepção de fragilidade do governo no Congresso também enfraqueceu o otimismo cauteloso visto pela manhã em relação às novas medidas econômicas. O governo anunciou duas ações com efeito imediato, envolvendo o BNDES e o fundo soberano dom pré-sal e que somam cerca de 42 bilhões de reais neste ano, e outra que depende do aval do Congresso para limitar despesas primárias, incluindo desembolsos com saúde e educação.

Segundo três operadores de corretoras e de um grande banco internacional, o anúncio animou investidores locais, mas não foi suficiente para levar estrangeiros a comprar ativos brasileiros. “Na minha opinião, (as medidas) passam no Congresso, mas vai ter muita briga”, disse o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.

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Jucá – Outro fator que contribuiu para a queda do dólar na primeira metade da sessão foi a saída de Jucá. A manobra foi inicialmente considerada uma reação rápida do governo a sua primeira crise, mas essa interpretação perdeu força ao longo do dia à medida que operadores passaram a avaliar as consequências de sua saída para a posição do governo no Congresso.

Nesta segunda-feira, foi divulgado áudio de conversa de Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado na qual o ex-ministro sugeriu que uma troca de governo resultaria em pacto para frear o avanço da Operação Lava Jato. Ambos os interlocutores são investigados.

Jucá é um dos principais articuladores do governo no Congresso Nacional e tinha entre suas funções angariar apoio às medidas econômicas da equipe de Temer.

(Com Reuters)

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