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Ideia de Dilma sobre transformar estado requer mais do que discurso

É preciso reduzir gastos, aumentar a eficiência do serviço público, melhorar e acelerar processos. Um longo processo

Por Da Redação
11 Maio 2011, 18h56

Discurso e vontade a presidente Dilma Rousseff já demonstrou que tem, quando admitiu que o estado precisa se transformar para que o país cresça. Nessa quarta-feira, durante a cerimônia de instalação da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, ela afirmou que “a história demonstra (…) que não houve desenvolvimento econômico nos países que não enfrentaram o desafio de transformar o seu estado”. No aspecto prático, contudo, ideias louváveis ainda levarão muito tempo para se tornarem realidade.

“Há muito a ser feito no estado brasileiro. É preciso reduzir gastos, aumentar a eficiência do serviço público, melhorar e acelerar processos etc. Estamos muito distante disso”, disse o professor de economia da PUC-SP, Antônio Correia de Lacerda. Segundo o acadêmico, tanto o setor público precisa sair da inércia para se abrir a inovações, quanto o setor privado tem de entender a complexidade que é gerenciar um estado como o brasileiro.

O professor da PUC-SP explica que o país precisa não só de um choque de gestão para corrigir deficiências, mas também tem de estabelecer um trabalho contínuo de aprimoramento. “O desafio de melhoria de gestão é permanente. O mundo ficou muito mais complexo e as habilidades necessárias hoje são muito maiores do que se exigia dos estados nacionais trinta anos atrás. Atualmente, um bom governo precisar estar na linha de frente em tudo o que se refere a supervisão, regulação, planejamento de longo prazo e estratégia”, acrescenta.

Para tentar transformar o discurso em realidade, a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, que será vinculada à Presidência, terá justamente a missão de orientar o governo Dilma na tarefa de aprimorar a gestão. O órgão contará com a participação de quatro empresários: Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), que presidirá a Câmara; Abílio Diniz (Pão de Açúcar); Antônio Maciel Neto (Suzano Papel e Celulose); e Henri Philippe Reichstul (ex-presidente da Petrobras entre 1999/2001). Pelo governo, participam os ministros Antônio Palocci (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento). Lacerda louva a iniciativa, mas já alerta que o comitê terá um árduo trabalho pela frente.

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Proposta difícil – Enquanto tenta transformar o estado, a presidente terá ainda de vencer a batalha contra a inflação – a principal guerra do seu governo nesse momento e que, até agora, não tem conseguido nenhuma vitória. No evento de hoje, Dilma defendeu a necessidade de o país crescer ao mesmo tempo em que controla os preços. Economistas, no entanto, avaliam que alguma redução no ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) é necessária para garantir que a inflação volte ao centro da meta em 2012.

Conciliar forte crescimento econômico e preços módicos é algo difícil hoje em dia, pois a inflação tem sido potencializada justamente pelo forte aumento da demanda por bens e serviços no país – grande parte vinda do setor público. Para uma plateia de políticos, empresários e executivos de grandes companhias, Dilma também destacou a necessidade de parcerias entre o governo e a iniciativa privada para que o país siga no que ela chamou de uma “trilha de crescimento econômico com estabilidade monetária e consolidação fiscal”.

(com Reuters)

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