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Turismo crescente prejudica biodiversidade da Antártida

Maioria dos visitantes se concentra nas áreas sem gelo, que constituem menos de 1% do continente e abrigam a maior parte de sua fauna e flora

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h11 - Publicado em 18 jun 2014, 19h31

Cientistas que estudam a Antártida advertem que o número crescente de turistas no continente representa uma ameaça ao seu frágil ecossistema. Em um estudo publicado nesta terça-feira no periódico Plos Biology, eles pedem mais proteção para a fauna e flora do local.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Antarctica’s Protected Areas Are Inadequate, Unrepresentative, and at Risk

Onde foi divulgada: periódico Plos Biology

Quem fez: Justine D. Shaw, Aleks Terauds, Martin J. Riddle, Hugh P. Possingham e Steven L. Chown

Instituição: Universidade de Queensland, na Austrália, e outras

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Resultado: O estudo mostrou que o número crescente de turistas que visitam a Antártida representa uma ameaça para seu ecossistema

De 1990 até hoje, o número de turistas passou de 5 000 para 40 000 por ano, segundo dados da indústria do setor. A maioria visita áreas sem gelo, que constituem menos de 1% da Antártida. Também estão em construção instalações de pesquisa, estradas e depósitos de combustíveis nestas áreas minúsculas, onde o gelo desapareceu. Tais regiões abrigam a maior parte da fauna e da flora do continente e são as menos protegidas do planeta, segundo um estudo do National Environmental Research Programme, financiado pelo governo e a divisão australiana da Antártida.

“Muita gente pensa que o continente está bem protegido das ameaças à biodiversidade porque é isolado e (quase) ninguém mora lá, mas nós demonstramos que as ameaças existem”, escrevem os autores no estudo. “Apenas 1,5% da zona sem gelo é especialmente protegida.”

Invasão externa – Steven Chown, da escola de Ciências Biológicas da Universidade de Monash, na Austrália, que colaborou na pesquisa, disse que as áreas sem gelo têm ecossistemas muito básicos, devido à escassa diversidade do continente. Isto torna a fauna e a flora nativas vulneráveis à invasão de espécies de fora, que podem ser introduzidas pela atividade humana. “A Antártida foi invadida por plantas e animais, sobretudo vegetais e insetos de outros continentes”, acrescentou.

O estudo destacou que o nível atual de proteção é “muito inadequado” e é necessário fazer mais para proteger a região do crescimento registrado na indústria turística. “(Precisamos) proteger os insetos, as plantas e os pássaros marinhos endêmicos, que não existem em nenhum outro lugar do mundo, e garantir que as zonas protegidas da Antártida não vão sofrer os efeitos da atividade humana, como a contaminação, a presença humana ou espécies invasoras”, afirmam os autores.

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A Antártida é considerada uma das últimas fronteiras para os aventureiros. A maioria viaja em navios e chega a pagar até 20.000 dólares por um camarote de luxo na alta temporada, que se estende de novembro a março. Também há um mercado ascendente de voos panorâmicos que têm o continente gelado como destino.

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(Com Agência France-Presse)

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