Tesouro descoberto no fundo do mar é patrimônio colombiano, diz presidente
Arqueólogos encontraram navio espanhol que afundou há mais de 300 anos no mar do Caribe com um carregamento que pode ser o maior tesouro já descoberto no mar. Autoridades espanholas manifestaram interesse no conteúdo do navio
Os objetos achados em um veleiro espanhol que naufragou há 307 anos na costa caribenha da Colômbia são patrimônio dos colombianos, disse o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, depois que autoridades espanholas manifestaram interesse no conteúdo do navio.
Segundo historiadores, o galeão San José estava carregado com ouro, prata, esmeraldas e outras preciosas, no que pode ser o maior tesouro já descoberto no fundo do mar, com valor estimado em pelo menos 1 bilhão de dólares (cerca de 3,7 bilhões de reais). A embarcação, que naufragou em 1708, foi descoberta no final de novembro por uma equipe de especialistas internacionais perto da ilha de Baru. Depois do achado, as autoridades espanholas afirmaram que querem tratar de seus direitos sobre os restos do navio em negociações com a Colômbia.
“O galeão é herança dos colombianos para os colombianos”, disse Santos na terça-feira (8) durante a abertura de uma estrada nos arredores da capital, Bogotá. “Agora, muitos proprietários estão aparecendo. Não, senhores, isto é patrimônio colombiano.”
A Colômbia planeja construir um museu para abrigar os artefatos do naufrágio em Cartagena, um popular destino turístico próximo ao local da descoberta.
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Carga valiosa – O navio foi atacado pelos britânicos em 1708 no mar do Caribe, perto da costa de Cartagena. Eles pretendiam roubar a carga do galeão, mas o barco espanhol afundou e os pertences nunca haviam sido encontrados. A carga, que também inclui joias e pertences do então vice-rei do Peru, havia sido coletada na América do Sul em 1708 para ser enviada à Espanha e ajudar a financiar uma guerra do Rei Philip V contra a Grã-Bretanha.
Imagens feitas até agora com sonar revelaram canhões de bronze feitos especificamente para os navios, armas, cerâmicas e outros objetos. Cerca de 600 pessoas morreram no naufrágio.
O San José foi alvo de uma disputa legal entre a Colômbia e a Sea Search Armada (SSA), empresa de buscas com sede nos Estados Unidos. A SSA disse em 1981 que havia localizado a área onde o navio afundou.
Na época, a empresa e o governo concordaram em dividir as receitas provenientes dos destroços. No entanto, posteriormente o governo afirmou que qualquer tesouro pertenceria à Colômbia, uma decisão apoiada por um tribunal dos EUA em 2011.
(Com Agência Reuters)