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‘Sopa de plástico’ do Pacífico aumentou 100 vezes em 40 anos

Segundo estudo, acúmulo de plástico pode provocar desequilíbrio marinho

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h37 - Publicado em 10 Maio 2012, 10h03

O enorme redemoinho de lixo plástico flutuante do norte do Pacífico aumentou 100 vezes nos últimos 40 anos, revelou um artigo publicado na revista Biology Letters nesta quarta-feira.

Cientistas alertam que a ‘sopa de microplástico‘, cujas partículas medem menos de cinco milímetros, ameaçam alterar o ecossistema marinho porque favorecerem a reprodução de um tipo de inseto que serve de alimento para peixes, tartarugas e aves.

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GIRO OCEÂNICO

São grandes sistemas de correntes marítimas rotativas e estão relacionadas ao movimento de rotação da Terra e dos ventos. Como são uma espécie de ‘redemoinho’, esses giros favorecem a concentração de material, como o plástico, em seu centro. São cinco os giros oceânicos: Pacífico Norte, Pacífico Sul, Atlântico Norte, Atlântico Sul e Índico.

PLÁSTICO NOS OCEANOS

O lixo plástico nos oceanos é uma preocupação por causa do impacto ambiental. Por exemplo, a ingestão de plástico por um peixe pode causar danos no fígado do animal. As partículas também servem de abrigo para bactérias e algas. Elas são transportadas junto com as partículas para outras regiões do oceano onde podem ser invasivas e causar problemas ao ambiente local.

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ZOOPLÂNCTON

O zooplâncton é composto por organismos que não realizam fotossíntese (animais microscópicos, em sua maioria) e vivem na água (marinha ou doce), com locomoção limitada – apesar de que vários organismos, como microcrustáceos, podem se movimentar extensivamente.

No período entre 1972 e 1987, nenhum microplástico foi encontrado em amostras coletadas para testes, destacou o artigo. Em pesquisa recente, estudiosos mostraram que a quantidade de plástico existente nos oceanos é muito maior do que se pensava anteriormente.

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Atualmente, os cientistas estimam que a massa de lixo localizada na região do Giro Subtropical do Norte do Pacífico, conhecida como Grande Mancha de Lixo do Pacífico, ocupa uma área equivalente a duas vezes o território de Goiás, cerca de 695.660 km2.

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Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13.000 partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico.

O acúmulo de plástico no centro dessa região é favorecido pelo movimento das correntes marítimas e dos ventos. De acordo com Paulo Sumida, oceanógrafo da USP, “o que acontece na região é semelhante ao que acontece quando você mexe o café de uma xícara e a espuma se concentra em seu centro. Como o plástico é leve, o movimento do giro oceânico faz com que ele se acumule no centro do redemoinho.”

Desequilíbrio marinho – Uma das preocupações dos autores do estudo é a relação entre o aumento de plástico no oceano Pacífico e o crescimento da população do Halobates sericeus, um inseto oceânico conhecido como ‘sea skater’ ou inseto Jesus, por sua habilidade de caminhar sob a água.

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O estudo indicou que o acúmulo de plástico no Pacífico Norte tornou-se um novo hábitat para esses insetos, que dependem de superfícies fixas para colocar ovos. Antes, a reprodução desses animais era limitada, pois dependia de materiais como pedaços de madeira boiando, conchas e pedra pome para porem ovos.

Esses insetos se alimentam de zooplâncton e servem de alimento para peixes, pássaros e tartarugas marinhas. Os cientistas acreditam que o aumento da população desses insetos pode causar um desequilíbrio nessa cadeia alimentar.

(Com Agência France-Presse)

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