Somente um terço dos americanos acredita na seleção natural
Pesquisa, que considerou quase 2.000 entrevistados nos EUA, mostra ampla diferença na visão de republicanos e democratas sobre a evolução do ser humano
Uma nova pesquisa do Pew Research Center, divulgada na segunda-feira, mostra que apenas 32% dos americanos acreditam que a evolução dos seres humanos se deve a “processos naturais, entre eles a seleção natural”. Outros 24% dos entrevistados aceitam que os seres humanos evoluíram, mas afirmam que o processo foi guiado por Deus. No total, 60% dos entrevistados afirmaram que acreditam em alguma forma de evolução, e 33% afirmam que os humanos “existiram em sua forma atual desde o início dos tempos”.
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As principais dúvidas sobre a teoria da evolução
Em termos gerais, a nova pesquisa apresenta pouca diferença em relação a um estudo similar realizado em 2009 pelo Pew. Desta vez, no entanto, foi detectada uma ampla diferença entre republicanos e democratas sobre o tema. Em 2009, 54% dos entrevistados republicanos e 64% dos democratas afirmaram que acreditavam em alguma forma de evolução. Na mais recente pesquisa, essa diferença de dez pontos mais que dobrou, chegando a 24 pontos: agora, 43% dos republicanos acreditam, contra 67% dos democratas.
A evolução se tornou uma acalorada questão política nos Estados Unidos. Nas escolas, as aulas de ciência se transformaram em disputa entre os defensores do ensino não religioso nas escolas públicas e os conservadores cristãos, que pressionam o governo pela adoção de um currículo que inclua o criacionismo.
De acordo com o Pew, diferenças na composição racial, étnica e religiosa dos democratas e republicanos entrevistados “não explicam completamente as diferenças partidárias nas crenças sobre a evolução”. “De fato, as diferenças partidárias persistem, mesmo levando-se essas outras características em consideração”, acrescentou o instituto.
Para a pesquisa, o Pew Research Center entrevistou 1.983 pessoas (com idade igual ou superior a 18 anos) por telefone entre 21 de março e 8 de abril de 2013. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
(Com agência France Presse)