Segundo dia de negociações termina com poucos avanços
Diplomata que coordena a formulação do documento final da conferência admite que a divergência sobre os meios de implementação das decisões da Rio+20 emperra todo o resto
Na véspera de concluir a última rodada oficial de negociações entre os estados membros da Rio+20, o co-presidente de mesa Kim Sook, que é responsável por coordenar os diálogos para a formulação do documento final da conferência, dirigiu-se aos representantes da sociedade civil em tom sombrio. “Estou muito preocupado. As negociações de hoje progrediram muito mais lentamente do que ontem”, admitiu.
O diplomata sul-coreano, que rege as negociações juntamente com John Ashe, de Antígua e Barbuda, culpou as divergências entre os países membros sobre a parte do texto relacionada aos meios de implementação. Sem mencionar diretamente os embates entre países desenvolvidos e pobres, Sook afirmou que os enfrentamentos estão emperrando o restante das negociações. “O que torna a situação mais complicada é uma ligação invisível mas real, entre os meios de implementação e a economia verde”, disse.
Os meios de implementação tratam de questões como financiamento e transferência de tecnologia. É neste trecho do documento, por exemplo, que se encontra a proposta do G-77 para a criação de um fundo de 30 bilhões de dólares anuais para a promoção do desenvolvimento sustentável. “Os negociadores estão se degladiando sobre essa questão. Esse é o estado da presente negociação”, sentenciou o sul-coreano.
Sook fez as declarações durante o último plenário para o diálogo com os Grandes Grupos. Nesta sexta-feira, o Comitê Preparatório encerra as negociações, que serão assumidas pelo Brasil.
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