Segunda sonda lunar da Nasa entra na órbita da Lua
Missão GRAIL estudará o núcleo do único satélite natural da Terra. Pesquisas ajudarão a entender a evolução do nosso planeta
A segunda sonda lunar da Nasa que estudará a composição do satélite da Terra, a GRAIL-B (‘Recuperação da Gravidade e Laboratório Interior’, na sigla em inglês) entrou na órbita lunar no domingo, como estava planejado, anunciou a agência espacial americana.
As duas sondas GRAIL já estão em órbita lunar, depois que a GRAIL-A atingiu a posição no sábado.
“A Nasa dá boas-vindas ao novo ano com uma nova missão exploratória”, comemorou Charles Bolden, o administrador da agência. “As duas sondas vão aumentar vastamente nosso conhecimento sobre a Lua e a sobre a evolução do nosso planeta”, disse.
Lado oculto da Lua – “Embora desde a década de 1970 tenhamos enviados mais de uma centena de missões à Lua, a verdade é que há muitas coisas que ainda não sabemos”, disse Maria Zuber, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e pesquisadora-chefe do programa GRAIL.
A missão, com custo de 500 milhões de dólares, elaborará pela primeira vez um mapa do núcleo da Lua. A Nasa qualificou a missão GRAIL como ‘uma viagem ao centro da Lua’, já que a medição da força de gravidade permitirá a construção de ‘mapas’ de cem a mil vezes mais precisos sobre o interior de satélite que os obtidos até agora.
Durante a missão, as sondas orbitarão a uma distância, uma da outra, de 200 quilômetros e, segundo os cientistas, as mudanças regionais na gravidade lunar farão com que diminuam ou aumentem levemente sua velocidade.
Isto, por sua vez, modificará a distância que as separa e os sinais de rádio transmitidos pelas sondas medirão as variações menores. Desta forma, os pesquisadores poderão criar mapas do campo de gravidade. Com esses dados, os cientistas poderão deduzir o que há debaixo da superfície lunar com suas montanhas e crateras, e poderiam entender melhor por que o lado oculto da Lua é mais abrupto que o lado visto desde a Terra.
Outro dos mistérios que GRAIL poderia revelar, segundo Zuber, é se a Terra teve em outro tempo uma segunda lua menor. Há astrônomos que acreditam que algumas das marcas na superfície da Lua são resultado de uma colisão com um satélite menor.
(Com Agência France-Presse)