Sanofi lança pesquisa de vacina contra o zika
Farmacêutica afirma que vai usar a experiência no desenvolvimento de vacinas contra vírus similares, como a dengue, para criar novo imunizante
O grupo Sanofi anunciou nesta terça-feira (2) que entrou na pesquisa de uma vacina contra o vírus zika, que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública mundial nesta semana.
A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do grupo farmacêutico francês, afirmou que deseja apoiar-se “no êxito obtido no desenvolvimento de vacinas contra vírus similares” para criar o novo imunizante. A vacina contra a dengue desenvolvida pela empresa, chamada Dengvaxia, foi aprovada no México, nas Filipinas e, em dezembro do ano passado, no Brasil e a expertise adquirida durante as pesquisas poderia ajudar na criação da nova vacina.
Leia também:
Zika vírus consegue atravessar a placenta, segundo estudo da Fiocruz
Zika: o que a ciência sabe sobre o vírus
O vírus zika pertence à mesma família do vírus da dengue, Flavivírus, é transmitido pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, e provoca alguns sintomas semelhantes, como febre, mal-estar e dor de cabeça. Contudo, pouco se sabe sobre a biologia do microrganismo, suspeito de provocar más-formações congênitas como microcefalia nos fetos das grávidas infectadas, assim como a síndrome de Guillain-Barré, uma doença do sistema nervoso que pode provocar paralisia. Ainda não se conhecem os tipos de anticorpos que o vírus forma ao entrar no organismo – informação fundamental para a criação de uma vacina.
Outras ações – No final de janeiro, o governo brasileiro e americano acertaram uma parceria para a criação de uma vacina contra o zika. O Instituto Butantan brasileiro e o National Institute of Health americano (NIH, na sigla em inglês) já trabalham em conjunto para a criação de uma vacina contra a dengue e vão estender o escopo das pesquisas para o zika.
O Brasil tem mais de 4.000 casos suspeitos de microcefalia, mais de 30 vezes o que foi registrado em qualquer ano desde 2010. Os EUA registraram o primeiro caso de microcefalia com suspeita de ligação ao zika em janeiro, em um bebê cuja mãe teria contraído o vírus em uma viagem ao Brasil. Desde então, o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) já emitiu alertas contra viagens de grávidas a 22 países das Américas, além de Cabo Verde, na África, e Samoa, na Oceania, onde também foram registrados casos da doença.
(Da redação)