Rússia planeja enviar homem à Lua
Antes, porém, serão realizadas três missões não tripuladas ao satélite
A Rússia planeja uma missão tripulada à Lua, declarou nesta terça-feira Victor Khartov, diretor-geral do consórcio aeroespacial Lavochkin. Antes, porém, realizará três missões não tripuladas ao satélite natural da Terra.
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SONDAS LUNA
A retomada do programa lunar pela Rússia retoma um programa pioneiro que conseguiu bons resultados no final da década de 1950. As sondas Luna soviéticas alcançaram vários feitos. A sonda Luna-1 foi o primeiro objeto feito pelo homem a escapar da órbita terrestre. O Luna-2 foi o primeiro artefato humano a tocar a superfície lunar. O Luna-3 também foi pioneiro ao fotografar o lado escuro da Lua. Tudo isso foi feito em 1959.
“Existe um renascimento do interesse pela Lua. A Rússia também tem projetos neste sentido. Foram eleitos os locais para a alunissagem das duas primeiras missões, os polos norte e sul do satélite”, disse Khartov, citado pela agência Interfax.
As duas primeiras missões não tripuladas – Luna Resurs e Luna Glob – retomam o programa das sondas Luna, dos tempos da extinta União Soviética.
O projeto Lunas-Resurs será executado em conjunto com a Índia, que fornecerá o foguete e o veículo lunar que será colocado na superfície da Lua por meio de um módulo de descenso fabricado pela Rússia.
Feito exclusivamente pelos russos, o Luna-Glob, prevê o lançamento e alunissagem de um aparelho que, uma vez no terreno, irá recolher amostras de pó lunar, da mesma forma que a terceira missão, Luna-Grunt.
Assim que todas as missões não tripuladas forem concluídas, a indústria aeroespacial russa dará início aos preparativos para enviar uma nave tripulada ao satélite.
“Para isso, primeiro deve ser preparada a infraestrutura. O tempo das visitas à Lua já passou”, disse Khartov em alusão à missão americana de 1969.
Nova corrida lunar – O homem não vai à Lua desde 1972, quando a Apollo 17 levou os últimos três astronautas americanos ao satélite. A Rússia abandonou seus planos de mandar seres humanos à Lua quatro anos depois, ao cancelar seu programa N1-L3. A missão secretamente rivalizava com o projeto Apollo, mas foi evidentemente superada pelos Estados Unidos.
O renovado interesse russo coloca mais um concorrente à nova disputa que se desenha para as próximas décadas. Os Estados Unidos têm planos de voltar à Lua (e quem sabe ir a Marte) nos próximos anos. A China também, impulsionada pela sua forte economia, quer avançar com seu programa espacial – que colocou seu primeiro astronauta no espaço em 2003 – e ir à Lua entre 2020 e 2025.
(Com Agência EFE)