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Relaxamento faz bem à memória, diz estudo

Estado de repouso pode estimular atividade cerebral responsável pelo fortalecimento de lembranças e ajudar na tomada de decisões

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h37 - Publicado em 3 Maio 2012, 19h25

Permanecer acordado e em estado de relaxamento pode melhorar o processo de aprendizado e a tomada de decisões. Cientistas descobriram que picos curtíssimos de atividade neural no hipocampo, parte do cérebro responsável pela memória, podem ser responsáveis pelo aprendizado de novas tarefas e pelo resgate das lembranças que nos ajudam a tomar decisões. Essa atividade é mais precisa e prevalente quando se está acordado, mas sem prestar muita atenção a estímulos externos. O estudo foi publicado nesta quinta-feira na revista Science.

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HIPOCAMPO

O hipocampo (em vermelho) é responsável pela memória espacial, navegação e lembranças de curto e longo prazo. A região também está associada à lembrança de eventos a partir de cheiros. No Alzheimer, o hipocampo é uma das primeiras regiões do cérebro a sofrer danos.

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hipocampo

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, prepararam um experimento em que ratos precisavam aprender a atravessar um labirinto em forma de “W”, mas seguindo um caminho específico. Após passar por um dos braços externos, o animal tinha que visitar braço central e depois seguir para o braço oposto. De tempos em tempos, os ratinhos eram colocados em uma “caixa de descanso”. Os especialistas também registraram, durante o percurso de cada animal, quais neurônios eram ativados no cérebro e em que ordem.

Enquanto os animais descansavam, os pesquisadores mediram a atividade cerebral nos ratos. Nesse momento em que os bichinhos estavam calmos e sem prestar muita atenção a estímulos externos, picos curtíssimos de atividade neural ocorriam junto com a ativação dos mesmos neurônios, e na mesma ordem que haviam sido registrados durante o percurso. Isso quer dizer que os ratinhos estavam dando um “replay” mental na experiência que tiveram dentro do labirinto em forma de “W”.

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Esses picos curtíssimos de atividade neural são os mesmos que ocorrem quando se dorme. Eles ajudam a consolidar a memória. “Parece que são esses picos no hipocampo que nos permitem tomar uma decisão baseada em experiências passadas”, disse o neurocientista Loren Frank, coautor do estudo, a VEJA.

Para verificar se o “replay” mental durante o repouso influenciava no aprendizado dos animais, os cientistas impediram a ativação dos neurônios associados ao labirinto sempre que um pico de atividade neural ocorria. Sem essa vantagem, o desempenho dos bichinhos no labirinto piorou. Eles não sabiam mais qual caminho seguir para receber a recompensa. Ou seja, eles não conseguiam mais relacionar as experiências anteriores com o prêmio, o que seria necessário para decidir qual caminho seguir no labirinto.

De acordo com Frank, os picos de atividade neural são essenciais para a recuperação de lembranças. “Se fosse possível aumentar a atividade neural durante o replay das lembranças, seria possível melhorar o resgate de lembranças e as decisões que são guiadas por ele”, disse. “Nesse momento, não sabemos como fazer isso, mas sabemos que esses eventos ocorrem mais quando estamos acordados, mas em um estado de repouso. Ou seja, estimular esse tipo de situação deve aumentar o replay de lembranças.”

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Embora os replays durem apenas uma fração de segundo, Frank destaca que eles não são muito diferentes de quando uma pessoa revive uma lembrança. “Acreditamos que o cérebro usa esses picos para muitas coisas: recuperar e fortalecer memórias, explorar possibilidades – ‘sonhar acordado’.”

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