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Por que todo dono deveria castrar seu gato

Castrados, os bichanos desenvolvem um lado mais caseiro. E, ao ficarem mais em casa, se expõem menos a riscos e doenças e vivem mais

Por Aretha Yarak
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h23 - Publicado em 3 fev 2013, 07h20

Existem hoje 19,8 milhões de gatos no Brasil. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) estima que esse número chegará a 23,1 milhões em 2013. Em 10 anos, os gatos brasileiros ultrapassarão o número de cães domésticos – por ora, ainda o mais popular amigo do homem. A explosão populacional felina traz à tona uma importante questão sobre como cuidar desse animal, tipicamente selvagem, independente e predador: os benefícios da castração. O que pode parecer um ato cruel à primeira vista, é uma necessária medida para garantir a qualidade de vida do próprio animal.

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Criada em janeiro de 2003, a ONG Adote um Gatinho é uma das vozes mais fortes no país em campanhas de castração do animal. Nesses 10 anos de existência, a organização já doou 5.200 gatos. Todos estavam devidamente castrados.

Em 2001, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Paulo deu início a uma campanha para castração de gatos e cachorros. Até 2010, os cachorros ainda eram a maioria dos animais que passavam pelo procedimento – 25.900 cães para 23.413 gatos. No ano seguinte, os felinos já passaram a ser maioria. Em 2012, foram esterilizados 109.725 animais ao todo: 57.637 gatos e 52.088 cachorros. “O perfil de São Paulo vem mudando. Hoje há uma verticalização maior, as casas têm quintais menores. Isso pode estar colaborando para o aumento no número de felinos”, diz Ana Claudia Furlan Mori, gerente do CCZ.

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A cirurgia de castração retira o órgão reprodutivo do gato no todo ou em parte. Nos machos, apenas o testículo é removido e eles se recuperam em poucos dias. Já nas fêmeas, a esterilização é feita com a retirada total de útero e ovários. Nesse procedimento, há abertura da barriga do animal para extração dos órgãos. A cicatrização leva cerca de uma semana. “Depois da operação, os gatos domésticos saem menos de casa. É como se eles desenvolvessem um comportamento mais caseiro”, diz Susan Yamamoto, uma das fundadoras da ONG Adote um Gatinho.

Ao perambular menos pela vizinhança, os animais tendem a viver mais, simplesmente porque se expõem menos a situações de risco. Segundo Luciana Deschamps, médica veterinária e uma das fundadoras da ONG Felinos do Brasil, lugar de gato doméstico é, como o próprio nome diz, dentro de casa. “Na rua, ele vai arrumar brigas, se machucar, pegar mais doenças e ainda corre o risco de ser atropelado”, diz. Ao passar mais tempo fora de casa, o gato é ainda um dos grandes predadores de passarinhos – em alguns casos, levando ao extermínio de espécies inteiras.

No caso das fêmeas, há ainda riscos de gestações sequenciais. “Além de aumentar o número de animais que serão abandonados, essas gestações debilitam a saúde do bicho”, diz Luciana. Ao contrário das cadelas, que entram no cio apenas duas vezes ao ano, uma gata pode entrar no cio em períodos variáveis. Há animais que entram em período reprodutivo a cada dois meses, todos os meses e até mesmo aquelas que demoram apenas 15 dias. O odor que a gata exala, e que atrai o macho, pode ser sentido em um raio de até três quilômetros – razão da choradeira que atiça o ódio de vizinhos.

Obesidade felina – De acordo com o médico veterinário Aulus Carciofi, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jabotical, o animal castrado precisa de um cuidado especial do dono. Ao retirar as gônadas do felino, encerra-se a produção dos hormônios reprodutivos. Esses hormônios são responsáveis ainda por controlar o apetite e pela manutenção de uma massa muscular de qualidade (que consome mais calorias). Assim, sem os hormônios, os gatos acabam gastando menos energia e comendo mais. “Como resultado, ele ingere muito mais calorias do que consegue queimar. Até 40% dos gatos castrados são obesos”, diz.

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Esse ganho de peso, no entanto, pode ser facilmente revertido pelo dono. Basta fazer o controle da quantidade de ração que o animal ingere. “Estão à venda rações para gatos castrados, com menos gordura e mais fibras”, diz Carciofi. Segundo o veterinário, o indicado é que a ração de um gato castrado tenha menos do que 10% de gordura e mais de 6% de fibras. “Claro que se você estimular seu animal a fazer exercícios físicos, brincando com ele, haverá maior queima de calorias, e ele vai engordar menos.”

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