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Pode haver vida no cometa que recebeu a missão Rosetta

Análises feitas por astrônomos ingleses sugerem que algumas características do cometa 67P, onde pousou a sonda Philae, podem indicar a presença de micro-organismos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h03 - Publicado em 6 jul 2015, 17h57

O cometa que recebeu a missão da sonda espacial Rosetta poderia abrigar vida, sugerem análises de computador feitas por uma dupla de astronômos. Segundo Max Wallis e Chandra Wickramasinghe, cientistas especializados na busca de vida fora da Terra, da Universidade Cardiff, no País de Gales, algumas particularidades do 67P/Churyumov-Gerasimenko, como sua crosta negra e rica em materiais orgânicos e lagos gelados, provavelmente podem ser explicadas pela presença de micro-organismos sob a superfície congelada. A missão também parece ter encontrado aglomerados de material orgânico semelhantes a organismos de atividade viral.

Os astrobiólogos apresentarão as conclusões do estudo nesta segunda-feira (6), no encontro da Royal Astronomical Society, no País de Gales. Pelos dados, não é possível afirmar com certeza que há seres vivos no local. Só que os indícios fortificam ainda mais os cálculos de astrofísicos que apontam para a quase certa probabilidade de haver vida extraterrestre.

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A missão da sonda Rosetta, que permitiu o pouso histórico do robô Philae no 67P, em novembro do ano passado, não tem equipamentos específicos para a busca de vida extraterrestre. Quando a missão foi concebida, há 15 anos, a vida em outros planetas parecia uma possibilidade muito distante. Mas, com o envio de missões como a Kepler, há cinco anos, e o avanço de telescópios capazes de visualizar e enxergar partes longínquas do cosmo, os cientistas perceberam que a vida microbiana pode ser ou ter sido uma realidade em outros corpos celestes. Nesse período, o campo da astrobiologia, área da astronomia que estuda a vida extraterrestre, se fortaleceu e os pesquisadores aprenderam a identificar e reconhecer marcas e pistas deixadas pela vida microbiana no Universo.

Descobrir algum vestígio, por mínimo que seja, desse tipo de rastro no 67P é importante, porque os cometas são considerados “restos” da formação do Sistema Solar que continuam vagando pelo espaço. De acordo com algumas teorias, eles podem ter sido os responsáveis por trazer a água, ou até mesmo vida, à Terra. Seu impacto na superfície, no princípio da formação do nosso planeta, poderia ter dado início à vida microscópica, que evoluiu para os tipos de seres vivos que conhecemos hoje.

De acordo com as análises dos astrônomos de Cardiff, os micro-organismos poderiam habitar os espaços gelados do 67P, mesmo em temperaturas menores que 40 graus negativos. Eles estariam envolvidos na formação das estruturas geladas e da matéria orgânica vista na superfície.

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Os cientistas acreditam que a vida que existiria no 67P pode ser semelhante à dos extremófilos terrestres, organismos que conseguem sobreviver em regiões inóspitas, extremamente quentes ou frias. No entanto, é importante notar que a matéria orgânica encontrada no planeta pode ser o resultado de processos químicos que não envolvem, necessariamente, a presença de organismos vivos. O que daria origem às moléculas orgânicas e outras características do cometa ainda devem ser estudados em profundidade pela equipe da missão.

“Rosetta já mostrou que o cometa 67P não pode ser visto como um objeto congelado e inativo, mas abriga processos geológicos e poderia ser mais propício à vida microbiana que nossas regiões polares”, afirma Wallis em um comunicado.

Missão Rosetta – Em meados de junho, a sonda Philae, que estava em hibernação desde o ano passado, deu sinais de nova atividade. A equipe internacional responsável pela missão decidiu estender as atividades de Rosetta, que estava prevista para terminar em dezembro deste ano, até setembro de 2016. O objetivo é recolher mais dados e ampliar as análises sobre o 67P/Churyumov-Gerasimenko.

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(Da redação)

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