Após quatro anos de estudos na floresta, equipe identificou a existência de 14 plantas e 155 animais, a maioria deles aracnídeos
Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h14 - Publicado em 19 fev 2014, 19h34
Pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi anunciaram nesta terça-feira a descoberta de 169 novas espécies da fauna e da flora amazônica. O levantamento foi concluído após quatro anos de trabalho.
Entre os achados, estão catorze plantas e 155 animais, sendo a maioria (112) de aracnídeos. Há ainda doze espécies de peixes, dez de aves, dez de anfíbios, seis de répteis, quatro de dípteros (grupo dos mosquitos e moscas) e um mamífero – um pequeno primata.
Segundo os pesquisadores, o fato de haver muito mais invertebrados entre as espécies de animais descobertas não é uma surpresa, já que eles ocorrem em maior quantidade na natureza. As descobertas nessa área sempre foram mais lentas, tanto pelas inúmeras dificuldades em estudar animais tão diminutos quanto pelo pouco interesse do público em espécies que não estão claramente à vista.
O novo achado, segundo o zoólogo Alexandre Bonaldo, está inserido em um grande projeto internacional que visa a identificar, em todo mundo, as aranhas da família Oonopidae. O projeto, chamado Inventário da Biodiversidade Planetária, envolve pesquisadores de vinte instituições de todo o mundo e permite que eles descrevam espécies em uma plataforma online. “Com as ferramentas cibernéticas é possível fazer descrições estruturadas, que podem ser comparadas com as dos outros colegas, o que facilita e acelera a descoberta de novidades”, afirma Bonaldo.
O pesquisador trabalhou basicamente com exemplares que estavam há muitos anos em coleções de museus aguardando identificação. “Descrever invertebrado é uma coisa sem fim. A diversidade é grande e as pessoas tendem a não prestar muita atenção, mas trata-se de peças importantes do ecossistema”, diz.
Vertebrados – Entre os animais maiores descritos, destaca-se um novo macaco, o Mico rondoni, que, como o nome leva a entender, existe somente em Rondônia, na área entre os Rios Mamoré, Madeira e Ji-Paraná. Por muito tempo ele foi confundido com outra espécie, o Mico emiliae, que vive no Pará. A nova espécie está ameaçada pelo desmatamento no Estado.
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