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Pela primeira vez, estrela é observada devorando planeta

Estrela é uma gigante vermelha, mais velha e nove vezes maior que o Sol

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h28 - Publicado em 22 ago 2012, 01h16

Uma equipe de astrônomos conseguiu ver pela primeira vez a destruição de um planeta por uma estrela “gigante vermelha“. À medida que estrelas parecidas com o Sol envelhecem e seu hidrogênio começa a se esgotar, elas se transformam em gigantes vermelhas e se expandem, “engolindo” planetas que encontram próximos.

A estrela estudada pelos astrônomos, batizada de BD+48 740, fica a 1.800 anos-luz da Terra, é mais antiga que o Sol (que tem 4,6 bilhões de anos) e tem um raio nove vezes maior. Os cientistas afirmam que identificaram a morte do planeta a partir da análise de dados da estrela e de outro planeta que foi descoberto em sua órbita.

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GIGANTE VERMELHA

Estrelas convertem hidrogênio em hélio para produzir luz e radiação. Perto do fim da vida útil de uma estrela, elas exaurem o estoque de hidrogênio em seus núcleos. Enquanto a estrela entra em colapso, a pressão e a temperatura aumentam até o hélio começar a queimar. Para irradiar a energia produzida pela queima de hélio, a estrela se expande em uma gigante vermelha. Cientistas estimam que o mesmo aconteça ao Sol daqui a cinco bilhões de anos.

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(Fonte: Nasa)

Proeza – “Observar um planeta prestes a ser devorado por uma estrela é uma proeza quase improvável por causa da rapidez comparativa do processo, mas a ocorrência de tal colisão pôde ser deduzida a partir da forma como afeta a química estelar,” disse Eva Villaver, da Universidade Autônoma de Madri (Espanha) e participante da equipe que identificou a destruição do planeta.

As provas da destruição do planeta foram descobertas enquanto os cientistas usavam o telescópio Hobby-Eberly, instalado no Texas (EUA) para estudar a estrela e procurar por planetas em volta dela.

Futuro da Terra – Aleksander Wolszczan, participante do estudo, disse que a Terra deve sofrer o mesmo destino no futuro. Em 1992, ele foi o primeiro e primeiro astrônomo a descobrir um planeta fora do Sistema Solar.

“Um destino semelhante aguarda os planetas do nosso sistema solar, quando o Sol se tornar um gigante vermelho e começar a se expandir em direção à órbita da Terra nos próximos 5 bilhões de anos”, disse Wolszczan.

Química peculiar – Segundo os cientistas, essa estrela ainda contém uma composição química peculiar. Uma análise espectroscópica (que verifica a estrutura química de compostos inorgânicos) revelou que a BD+48 740 contém uma quantidade grande de lítio, um elemento raro, criado primariamente durante o Big Bang, 14 bilhões de anos atrás.

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Segundo os cientistas, o lítio é facilmente destruído em estrelas, fazendo dessa abundância na estrela algo bastante incomum.

“Teóricos identificaram apenas algumas poucas e muito especificas circunstâncias nas quais o lítio pode ser criado em estrelas. No caso do BD+48 740, é provável que a produção de lítio tenha sido ativada por uma massa do tamanho de um planeta que mergulhou a estrela e depois aqueceu enquanto a estrela o estava digerindo”, disse Wolszczan.

Órbita – Outra descoberta dos astrônomos foi a órbita extremamente elíptica de um enorme planeta descoberto perto da estrela que é pelo menos 1,6 vez maior que Júpiter. Segundo Andrzej Niedzielskim, outro astrônomo que participou das buscas, a órbita do planeta é ligeiramente maior do que a de Marte em seu ponto mais estreito e muito mais extensa em seu ponto mais distante.

“Tais órbitas são incomuns em sistemas planetários em torno de estrelas evoluídas e, de fato, a órbita do planeta BD+48 740 é a mais elíptica detectada até agora”, disse Niedzielskim.

Como as interações gravitacionais entre planetas são responsáveis por tais órbitas peculiares, os astrônomos suspeitam que o mergulho do planeta “devorado” pela estrela antes dela se tornar uma gigante pode ter dado ao planeta sobrevivente uma explosão de energia, jogando-o em uma órbita excêntrica como se ele fosse um bumerangue.

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