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Peixe usa eletricidade para ‘sequestrar’ presa

O poraquê, também conhecido como peixe-elétrico, produz descargas que afetam os neurônios motores que controlam os músculos dos animais

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h08 - Publicado em 5 dez 2014, 13h07

O poraquê (Electrophorus electricus), típico da Bacia do Rio Amazonas, usa descargas de alta voltagem para controlar remotamente os músculos de suas presas, revelou um estudo publicado na quinta-feira na revista Science.

Também conhecido como peixe-elétrico, o poraquê produz descargas de até 600 volts, suficientes para matar um cavalo adulto. Até agora, no entanto, a ciência ignorava como funciona o sistema elétrico do animal. Com uma série de experimentos, um pesquisador acaba de demonstrar que as descargas elétricas do poraquê afetam os neurônios motores que controlam os músculos de suas presas, “sequestrando” assim os circuitos neurais que eles usam para se mover.

De acordo com o autor, Kenneth Catania, da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, o poraquê produz diferentes tipos de descargas elétricas. Algumas delas, de baixa voltagem, funcionam como sensores do ambiente para auxiliar na navegação, já que o peixe-elétrico enxerga mal. Mas as descargas de alta voltagem servem tanto para localizar a presa, quanto para incapacitar sua fuga. Segundo Catania, o recurso utilizado pelo poraquê funciona de forma semelhante a um “teaser” – arma não letal que usa descargas de alta tensão para imobilização. “É incrível a semelhança entre a descarga elétrica do peixe-elétrico e um teaser. A diferença é que o teaser emite 19 pulsos de alta voltagem por segundo, enquanto o peixe-elétrico produz 400”, disse Catânia.

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Pesquisa – Para os experimentos, o cientista colocou diversos poraquês em um grande aquário equipado com um sistema capaz de detectar os sinais elétricos dos animais. Segundo ele, os movimentos do poraquê são incrivelmente rápidos: eles podem engolir um peixe em um décimo de segundo. O cientista então montou um sistema de vídeo especial que capta milhares de quadros por segundo, para estudar os movimentos dos animais em câmara lenta.

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Além das descargas de baixa voltagem usadas para perceber o entorno, os animais produziam curtas sequências de dois ou três pulsos de alta voltagem, que duram poucos milissegundos. O cientista verificou que esses pulsos eram usados na caçada: ao passar perto de um peixe oculto, os pulsos fazem a presa ter uma convulsão que denuncia sua posição – já que o poraquê é eficaz na detecção de movimentos. Nesse momento, o poraquê lança uma descarga de alta voltagem, com duração de 10 a 15 milissegundos, que paralisa completamente a presa por três ou quatro milissegundos – o suficiente para ser abocanhada pelo rápido caçador elétrico.

Segundo Catania, os pulsos duplos ou triplos correspondem ao sinal enviado pelos neurônios motores do peixe aos seus músculos para contraí-los. “Normalmente, nenhum animal consegue contrair todos os músculos do seu corpo ao mesmo tempo. Mas é exatamente o que o peixe-elétrico causa com esse sinal. Ele usa seu sistema elétrico para controlar o corpo da presa”, declarou Catania.

(Com Estadão Conteúdo)

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