Peixe de Fukushima tem 380 vezes mais radiação que limite
Amostra foi pescada em águas localizadas a 20 quilômetros da usina nuclear
A companhia elétrica Tepco, operadora da central nuclear de Fukushima, no Japão, detectou um peixe com um nível de césio radioativo até 380 vezes maior do que o limite permitido para consumo, informou nesta quarta-feira a rede de televisão japonesa NHK.
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A empresa detectou um pescado com 38.000 becquereis (unidade de medida de radioatividade) de césio radioativo por quilo, o maior índice de contaminação informado até o momento. O limite tolerado pelo governo japonês é de 100 becquereis por quilo.
A amostra foi recolhida em 1º de agosto em águas de Minamisoma, a 20 quilômetros da usina, que no ano passado foi epicentro da maior crise nuclear da história do Japão. A Tepco detalhou que também encontrou índices superiores aos permitidos em outras nove amostras de peixes e mariscos, detalhou a NHK.
Pesca – O anúncio sobre o nível de radiação nos peixes na costa perto de Fukushima ocorre dois meses depois da retomada parcial da atividade pesqueira na província onde fica a central atômica. Desde então, diversas cooperativas recomeçaram suas vendas a supermercados.
Além disso, no início de agosto o polvo de Fukushima voltou a ser cotado no maior mercado de pescados do mundo, o de Tsukiji, em Tóquio – os pescadores da região no nordeste japonês comprovaram que o produto era seguro.
Após detectar o pescado contaminado, a Tepco assegurou que continuará a analisar amostras de peixes até o fim de setembro, com especial atenção às espécies de rocha, ao marisco e à areia do fundo do mar. O acidente na usina de Fukushima, o pior desde o de Chernobyl, mantém deslocadas mais de 52.000 pessoas e afetou gravemente agricultura, pecuária e pesca locais.
(Com agência EFE)