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Para conseguir sexo, aranhas-de-jardim tentam enganar parceiras com presentes sem valor

Fêmeas, contudo, sabem dizer se o agrado tem qualidade. Machos com presentes valiosos ganham mais tempo durante o acasalamento. Os que chegam de mão abanando levam a pior

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h54 - Publicado em 14 nov 2011, 12h28

É difícil enganar a namorada com um presente meia-boca. O mesmo parece valer para a espécie de aranha Pisaura mirabilis, um tipo de aranha-de-jardim. De acordo com um estudo publicado no periódico BMC Evolutionary Biology, as fêmeas dessa espécie possuem um ‘faro’ apurado para identificar o valor dos presentes que recebem dos machos. E são interesseiras na hora de acasalar: quanto mais valioso o presente, mais tempo elas permitem copular com seus pares. O macho que chega de mãos abanando leva a pior.

Os machos da Pisaura mirabilis preparam presentes empacotados em teias para seduzir parceiras em potencial. A maioria dos pacotinhos contém insetos, mas alguns têm sementes estragadas ou exoesqueletos vazios de presas já devoradas anteriormente. Isso acontece porque alguns machos não têm tanta sorte na hora de encontrar o presente e acabam dando um ‘jeitinho’ para tentar enganar a possível parceira.

No estudo, machos da aranha-de-jardim podiam dar bons presentes às fêmeas, como moscas, ou um item sem valor, como um floco de algodão e sementes estragadas. Ou então, eles não davam nenhum presente. Todos os itens tinham o mesmo tamanho, de modo que as fêmeas não podiam saber o que estava dentro do pacotinho sem desembrulhá-lo. Os cientistas descobriram que os machos que davam presentes, mesmo inúteis, tinham mais chances de acasalar em relação aos que chegavam sem nada.

Os cientistas acreditam que tanto os machos quanto as fêmeas da Pisaura mirabilis conseguem avaliar o presente e alteram o comportamento dependendo da situação. Além disso, machos e fêmeas algumas vezes brigavam por um presente valioso, mas nunca por um sem valor. “O benefício do presente valioso é o acasalamento mais longo, o que leva a maior transferência de esperma e, potencialmente, um maior número de filhotes”, disse Maria Albo, chefe da pesquisa. A pesquisadora afirma que “as fêmeas conseguem avaliar o presente e interrompem o acasalamento mais cedo no caso de agrados sem valor”.

O resultado final do estudo mostrou que o número de ovos eclodidos foi menor para fêmeas que não receberam presentes, embora a diferença fosse pequena entre aquelas que receberam presentes com ou sem valor. “O sucesso da trapaça provavelmente explica por que as duas estratégias coevoluíram e se mantêm na população”, disse Albo.

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