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ONU lança índice ‘verde’ para superar PIB e IDH

Medição vai dizer se países estão ficando mais ricos de maneira sustentável

Por Marco Túlio Pires, do Rio de Janeiro
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h33 - Publicado em 17 jun 2012, 16h32

Apesar de ser uma das maiores emissoras de gases que aceleram o efeito estufa, a China é o país que mais se desenvolveu de forma sustentável entre os anos de 1990 e 2008. O país encabeça um ranking de 20 países lançado neste domingo pela ONU durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. A lista se baseia no Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), uma nova forma de medir se o crescimento econômico dos países é sustentável. O relatório inclui as sete nações mais ricas do mundo, menos a Itália, e todos os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Brasil ficou em quinto.

Enquanto os países crescem economicamente, a maior parte deles acaba com seus recursos naturais para aumentar o tamanho da economia. O IRI foi desenvolvido porque as atuais formas de medir as riquezas dos países – o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – não conseguem medir se o crescimento econômico das nações ocorre em detrimento dos recursos naturais do planeta.

“São índices concentrados no curto prazo que não indicam se as políticas públicas são sustentáveis através do tempo,” diz Anantha Duriaiappah, diretor executivo do Programa Internacional de Dimensões Humanas da Universidade das Nações Unidas (UNU-IHDP, na sigla em inglês), um dos órgãos da ONU que elaborou o índice.

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Leia mais: Diretor da ONU explica como vai funcionar o Índice de Riqueza Inclusiva

Ranking – De acordo com a nova medição da ONU, em primeiro lugar ficou a China, com 2,1% de crescimento do IRI entre os anos de 1990 e 2008. Em segundo a Alemanha (1,8%), seguida por França (1,4%) e Chile (1,2%). O Brasil (0,9%) lidera o grupo de 10 países que teve crescimento inferior a 1%. Os Estados Unidos, o maior poluidor e a nação mais rica do mundo, teve um crescimento sustentável de 0,7% de acordo com o IRI. A Nigéria ficou por último, apresentando crescimento negativo de 1,8% no período entre 1990 e 2008.

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ÍNDICE DE RIQUEZA INCLUSIVA (IRI)

O IRI considera quatro fatores para dizer se um país cresce de maneira sustentável. O primeiro deles é o capital humano, que mede o nível de educação e capacitação da população; o segundo é o capital produtivo, que mede a capacidade manufatureira do país; o terceiro é o capital natural, que diz das florestas, peixes, combustíveis fósseis, minerais e terra agrícola dos países; e o capital social, que calcula reduções na expectativa de vida dos habitantes ao longo do tempo. Este último fator não foi incluído no relatório de 2012, mas será contabilizado nas próximas edições, que devem ocorrer a cada dois anos.

PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)

O Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma em valor monetário de todos os bens e serviços produzidos por um país.

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ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)

Classifica os países pelo grau de desenvolvimento humano, a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e o PIB por habitante dos países.

A maioria dos países analisados está acabando com seus recursos naturais. “É importante medirmos os recursos de uma economia e como eles estão se alterando com o tempo, de geração para geração”, disse Duriaiappah. “Percebemos que dos 20 países, 14 estão crescendo no IRI, ou seja, estão conseguindo crescer e deixar sua riqueza para as próximas gerações”, diz. Contudo, dez países, a despeito do crescimento, estão em situação frágil, incluindo o Brasil. São aqueles que tiveram uma taxa de crescimento do IRI abaixo de 1% e podem acabar enveredando por caminhos insustentáveis facilmente.

Brasil – De acordo com o relatório lançado pela ONU, se o Brasil não tivesse investido na educação e capacitação da população, seu IRI poderia ter sido negativo. Isso porque no período analisado, entre 1990 e 2008, as reservas naturais do país diminuíram de tamanho e a produção manufatureira se manteve estável. “Na média, 56% da riqueza inclusiva do país vem do capital humano”, diz o relatório. “O Brasil está alcançando as economias mais industrializadas nessa área.”

A maior perda dos recursos naturais brasileiros está na área de florestas. Segundo o relatório da ONU, mudanças na área florestada representam 66% no balanço das reservas naturais do Brasil em relação ao ano de 1990. Apesar de o capital natural ter caído 25%, um recurso foi exceção: terras agrícolas expandiram 10%, com aumento equilibrado entre terras de pastagem e de plantação.

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O IRI foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Programa Internacional de Dimensões Humanas da Universidade das Nações Unidas (UNU-IHDP, na sigla em inglês).

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