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Entenda como se formam e se classificam os ciclones

Meteorologista tira dúvidas sobre o fenômeno que atinge a costa australiana

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h10 - Publicado em 2 fev 2011, 19h42

Ciclones de máxima intensidade, como o Katrina, que devastou New Orleans em 2005, ou o Yasi, que atingiu neste quarta-feira a costa australiana, são fenômenos climáticos relativamente raros. “O mundo pode passar um ano inteiro sem a ocorrência de um ciclone dessa magnitude”, diz o meteorologista e pesquisador do Inpe, Manoel Gan. “Em outros anos, podemos assistir a dois ou três destes fenômenos”. Segundo Gan, o Brasil dificilmente seria atingido por um ciclone tão devastador porque o fenômeno é gestado em águas mais quentes, como as do Caribe, Golfo do México e, no caso da Austrália, o Mar de Coral, no Pacífico Sul.

Manoel Gan, meteorologista do Inpe ()

O especialista responde

Manoel Alonso Gan

Doutor em Meteorologia e pesquisador titular do Inpe

“Umidade e calor são fundamentais para a formação dos ciclones”

Qual a diferença entre ciclone, tufão, furacão e tornado?

Ciclone, tufão e furacão, cientificamente, são a mesma coisa. O que acontece é que aos eventos no Oceano Atlântico damos o nome de furacão, e no Pacífico, de tufão. Mas todos podem ser chamados de ciclone. Já o tornado é um ‘microciclone’, bem localizado, sem a dimensão global dos ciclones convencionais. Um ciclone pode ser avistado facilmente em imagens de satélite, mas um tornado não. O tempo de vida dos ciclones é maior também, podendo durar até uma semana. O tornado dura, no máximo, uma hora.

Por que os ciclones duram mais que os tornados?

Os tornados se formam em terra firme, e os ciclones nos oceanos. Como nos oceanos pode haver muito mais umidade e calor, fundamentais para a formação desses eventos naturais, os ciclones têm condições de durarem muito mais.

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Como os ciclones se formam?

Em certas regiões dos oceanos, próximas aos trópicos, os ventos que veem do Hemisfério Norte se encontram com o do Sul. O resultado é uma formação intensa de nuvens, que depois começam a migrar para fora da região tropical, assumindo características de um ciclone – uma zona fechada de movimentação circular de ar, com uma capacidade de destruição devastadora. O fator mais importante na formação de um ciclone é a temperatura da água. Regiões de água mais quente, por volta de 27Cº, são mais propícias à formação de ciclones. Como não existe esse ‘combustível’ na terra firme, os ciclones perdem a intensidade quando atingem o continente.

A força dos ventos

Veja como se classificam os ciclones

  • Categoria Velocidade do vento (km/h)
  • Ciclone de categoria 5 ≥ 250
  • Ciclone de categoria 4 210-249
  • Ciclone de categoria 3 178-209
  • Ciclone de categoria 2 154-177
  • Ciclone de categoria 1 119-153
  • Tempestade tropical 63-117
  • Depressão tropical 0-62

O que é um ciclone de intensidade máxima?

Existe uma escala baseada na velocidade dos ventos que mede a intensidade dos ciclones e tempestades tropicais. Ela vai de um, quando os ventos vão de entre 119 e 153 quilômetros por hora, até cinco, com ventos de mais de 250 quilômetros por hora. O Catarina, que atingiu a Região Sul do Brasil em 2004, foi de intensidade mínima.

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Ciclones de intensidade máxima são raros? Eles podem atingir o Brasil?

Não são muito frequentes, mas também não são tão raros assim. O mundo pode passar um ano inteiro sem a ocorrência de um ciclone dessa magnitude, mas em outros anos pode haver dois ou três. É difícil um evento assim acontecer no Brasil porque as nossas águas são mais frias. Por isso o Catarina ficou na categoria 1 e perdeu a intensidade rapidamente quando chegou ao continente.

Especial: Desastres naturais

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Info desastres naturais ()
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