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Neandertais conheciam propriedades medicinais das plantas, diz estudo

Análise do tártaro de hominídeos mostrou evidências do consumo de tubérculos e plantas amargas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h30 - Publicado em 18 jul 2012, 16h02

Nem só de carne viviam os antigos hominídeos. Um grupo internacional de pesquisadores demonstrou que os neandertais que viveram em El Sídron, na Espanha, conheciam as propriedades medicinais e nutricionais de algumas plantas, como a camomila e a aquileia (usadas para aliviar problemas estomacais) e incluíam vegetais em sua dieta.

A pesquisa, que contou com a participação de especialistas do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha, da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) e da Universidade de York (Reino Unido), chegou a estas conclusões a partir da análise do tártaro presente nos dentes de cinco indivíduos adultos e de um jovem da espécie.

Os pesquisadores encontraram nos tártaros algumas moléculas de amido que estão presentes em tubérculos, legumes e frutas secas. O tártaro cresce nos dentes por uma superposição de camadas e entre elas ficam armazenadas as moléculas e os compostos químicos.

Além disso, o estudo constatou que pelo menos um dos indivíduos analisados tinha ingerido plantas de sabor amargo, concretamente aquileia e camomila, disse em uma nota de imprensa Stephen Buckley, do centro BioArCh, da Universidade de York.

Até pouco tempo atrás, pensava-se que os Neandertais, que foram extintos há cerca de 30 mil a 24 mil anos, eram predominantemente carnívoros.

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Dieta variada – No entanto, cada vez mais estudos como este publicado no periódico alemão Naturwissenschaften mostram que a espécie também se alimentava de vegetais, sobretudo em latitudes mais ao sul, disse à Efe Antonio Rosas, diretor do grupo de paleoantropologia do Museu Nacional de Ciências Naturais e um dos autores do trabalho.

“O fato de usarem este tipo de planta com pouco valor nutritivo é surpreendente. Nós sabemos que os Neandertais usavam as plantas amargas, portanto provavelmente a espécie as selecionava por razões que vão além de seu sabor”, afirmou Buckley.

Antonio Rosas compartilha da opinião e disse que a partir da descoberta de compostos químicos derivados da camomila se conclui que a espécie sabia de suas propriedades medicinais.

Karen Hardy, da UAB, ressaltou que a variedade de plantas identificadas sugere que os Neandertais de El Sidrón tinham um conhecimento sofisticado do meio natural onde viviam, o que incluía a habilidade de selecionar e usar certas plantas por seu valor nutricional e curativo. “A carne era claramente primordial, mas nossa pesquisa evidencia uma alimentação bastante mais complexa do que sabíamos até agora”, explicou Karen.

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A presença de componentes vegetais na dieta da espécie não é a única descoberta do trabalho. Segundo Rosas, foram encontradas evidências de fumaça no tártaro, provenientes, ao que tudo indica, de alimentos feitos à lenha.

O sítio arqueológico de El Sidrón, descoberto em 1994, possui a maior coleção de Neandertais da Península Ibérica.

(Com agência EFE)

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