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Nasa vai desenvolver nave para levar até quatro astronautas em novas missões espaciais

Espaçonave será usada para missões de 21 dias além da baixa órbita da Terra e pretende ser 10 vezes mais segura que os ônibus espaciais

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h07 - Publicado em 24 Maio 2011, 16h10

A agência espacial americana (Nasa) anunciou a construção de um ‘novo’ veículo espacial para quatro astronautas e missões de até 21 dias que levará seres humanos além da baixa órbita da Terra, onde está, por exemplo, a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A ideia é renovar o portfólio de espaçonaves tripuladas da agência, que ficará orfã com a aposentadoria definitiva dos ônibus espaciais em julho, com o último voo do Atlantis.

O ‘novo’ sistema, na verdade, significa a retomada de um projeto abandonado em 2006 e desenvolvido originalmente para o Orion Crew Exploration Vehicle (OCEV), uma espaçonave que não saiu do papel e teria a pretensão de levar o homem à Lua e outros destinos no Sistema Solar. O OCEV foi renomeado para Multi-Purpose Crew Vehicle (Veículo de Tripulação Multitarefa, em tradução livre) e será construída pela Lockheed Martin, a mesma empresa que foi contratada pela Nasa para executar o projeto do OCEV.

De acordo com Douglas Cooke, executivo da Nasa, a agência espera que a nova espaçonave esteja pronta para lançamentos até 2016. “Ainda não temos uma data exata, mas esse é o prazo que nos demos”, diz Cooke. Contudo, a agência vai ter que correr atrás do tempo para que isso aconteça. Para lançar o novo veículo, será preciso desenvolver um foguete novo, capaz de lançar além da órbita da Terra uma quantidade enorme de massa. Não há nada indicando que o foguete ficará pronto a tempo. O executivo não sabe especificar quanto ainda será gasto com o MPCV, mas o contrato reaproveitado já custou aos cofres americanos cerca de cinco bilhões de dólares.

A Nasa espera se concentrar no desenvolvimento de um foguete mais potente, capaz de levar tripulação, veículo e carga além da Lua, enquanto mantém um contrato já existente para dar continuidade ao planejamento do novo veículo. O transporte de astronautas e de carga útil para a ISS (algo que era feito até então pelos ônibus espaciais) e para a baixa órbita da Terra ficará a cargo, nos EUA, de empresas do setor privado, como a SpaceX e a Boeing.

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Isso significa que a Lockheed Martin vai continuar o desenvolvimento do MPCV sem perder o contrato original com a Nasa. A nova espaçonave conseguirá pousar no oceano Pacífico e algumas partes poderão ser reaproveitadas. O veículo terá volume total de 690 metros cúbicos, com 316 metros cúbicos de espaço habitável, quase cinco vezes maior que o espaço útil dos ônibus espaciais. De acordo com a agência, o MPVC será 10 vezes mais seguro que os ônibus espaciais durante o lançamento e reentrada no planeta. “O veículo terá um sistema para abortar a missão, em caso do foguete falhar, retirando a tripulação a salvo com um sistema de para-quedas, algo que os ônibus espaciais nunca tiveram”, diz Cooke.

O objetivo principal do MPCV, segundo Cooke, é levar astronautas até o espaço. Por isso a limitação na duração das missões. Para projetos mais duradouros, como ir até Marte – o que levaria, no mínimo, seis meses -, a agência espera ter estruturas de apoio no espaço, algo como postos avançados na Lua e em asteroides. “A tripulação precisa de mais espaço se for passar tanto tempo viajando”, afirma Cooke. O novo veículo, seja para missões à Lua, Marte ou asteroides, seria usado como veículo de apoio e para trazer os astronautas de volta na reentrada da Terra. “Não se espera que a tripulação viva nesse veículo”, esclareceu o executivo.

A espaçonave também poderá ser usada como alternativa para o transporte de tripulantes para a ISS. “Não é o ideal, mas o projeto prevê essa funcionalidade”, diz Cooke. A nave seria utilizada caso as opções que já existem (a cápsula russa Soyuz) e vão passar a existir (veículos desenvolvidos por empresas privadas) não estejam disponíves. “Não acreditamos que vamos precisar utilizar o MPCV para isso, seria um exagero. Contudo, estaremos preparados”, diz Cooke.

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