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Nasa encontra superfluido em estrela de nêutrons

Descoberta irá ajudar a entender como os átomos se comportam em densidades altíssimas, impossíveis de replicar na Terra

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h09 - Publicado em 24 fev 2011, 14h28

Astrônomos da Nasa descobriram a primeira evidência direta da existência de um superfluido no centro de uma estrela de nêutrons. A descoberta da Nasa vai ajudar a entender como ocorrem as interações dos átomos em densidades praticamente impossíveis de replicar na Terra. O estudo foi publicado no periódico americano Physical Review Letters.

Superfluido é um estado da matéria equivalente ao de um líquido sem viscosidade, ou seja, que flui sem atrito. Em laboratório, o homem já descobriu que os superfluidos podem desafiar as leis da gravidade e até escapar de compartimentos lacrados. Se fosse possível colocar um pouco de superfluido em um copo, o fluido poderia subir suas paredes até derramar pelas bordas.

Dois grupos de pesquisa independentes, um mexicano e o outro russo, estudaram o que sobrou da supernova Cassiopeia A, cuja explosão foi observada pela primeira há 330 anos e está a uma distância de 11.000 anos-luz da Terra. Supernovas são corpos celestes formados a partir da explosão de estrelas com pelo menos 10 vezes a massa do Sol. São objetos extremamente brilhantes, mas seu brilho se perde semanas ou meses após a explosão.

O que é uma estrela de nêutrons?

estrela de nêutrons ()

Concepção artística sobre a estrela de nêutrons da supernova Cassiopeia A

As estrelas de nêutrons têm a matéria mais densa que se pode observar diretamente. Uma colher cheia do material que forma essas estrelas pesaria seis bilhões de toneladas. A pressão é tão grande que a maioria das partículas com carga (os prótons e os elétrons) se funde, gerando partículas sem carga (os nêutrons).

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Utilizando o observatório espacial Chandra-1, da Nasa, os astrônomos descobriram que a temperatura no interior de uma estrela de nêutrons – uma estrela de altíssima densidade, resquício de uma supernova – diminuiu 4% em um período de 10 anos. “Apesar de parecer pouco, essa queda significa que algo muito estranho está ocorrendo dentro da estrela”, disse o astrônomo Dany Page, chefe do grupo de pesquisa mexicano.

A queda brusca de temperatura na estrela de nêutrons “é a primeira evidência direta de que o núcleo dessas estrelas é feito de uma material superfluido e supercondutor”, disse Peter Shternin, chefe do grupo de pesquisa russo.

Materiais superfluidos podem ser replicados em nosso planeta sob temperaturas extremamente baixas, perto do zero absoluto – a temperatura teórica em que partículas não têm energia e param de se mexer, cerca de 273 graus Celsius abaixo de zero. Nas estrelas de nêutrons, contudo, os superfluidos ocorrem a temperaturas altíssimas, perto de um bilhão de graus Celsius, cerca de mil vezes mais que a corona, a atmosfera do Sol.

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