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Nasa deveria melhorar o manejo do lixo espacial, alertam cientistas americanos

Estudo afirma que agência espacial não está fazendo nada para melhorar o programa de gerenciamento dos objetos à deriva na órbita da Terra

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h01 - Publicado em 2 set 2011, 14h20

Lixão celeste

Os problemas recentes causados pelo lixo espacial

23 de janeiro de 2007

A China causou um constrangimento diplomático em 2007 ao destruir um satélite no espaço utilizando um míssil balístico. Até então, só os EUA e a extinta União Soviética haviam realizavam testes deste tipo – e ambos haviam cessado os procedimentos porque o lixo espacial gerado na destruição poderia comprometer satélites e outros experimentos.

17 de fevereiro de 2009

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Dois satélites em órbita desde os anos 1990 colidiram produzindo duas nuvens de 600 detritos. A trombada sideral chamou a atenção para os riscos que a montanha de lixo espacial em órbita oferece. Como os objetos viajam a grande velocidade, mesmo um pequeno fragmento de 10 centímetros poderia causar estragos consideráveis no telescópio Hubble ou na Estação Espacial Internacional.

15 de maio de 2010

Pouco depois do lançamento do ônibus Atlantis no dia 15 de maio de 2010, os engenheiros da Nasa identificaram que a espaçonave poderia colidir com lixo espacial a caminho da Estação Espacial Internacional. Os especialistas tiveram que calcular uma nova rota segura para que a nave chegasse inteira ao destino.

27 de maio de 2010

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O lixo espacial também tira o sono dos militares do Pentágono. Em 2010, um relatório indicou que o entulho poderia causar um colapso no sistema de comunicações da Terra. Os detritos poderiam destruir satélites de comunicação e GPS, interrompendo o funcionamento de telefones, aparelhos de geolocalização, transmissão de redes de televisão e até impedindo previsões meteorológicas.

28 de junho de 2011

No fim de junho, os astronautas da Estação Espacial Internacional foram obrigados a entrar nas cápsulas de emergência por causa da proximidade de um objeto espacial que passou a 250 metros do posto orbital. O procedimento foi necessário porque se o lixo espacial colidisse com a estação, os tripulantes teriam uma rota de fuga para se salvarem.

A Nasa, agência espacial americana, precisa melhorar a gestão do lixo espacial. Cada vez mais, o entulho representa um risco para os astronautas e satélites na órbita da Terra. O alerta foi feito por um painel de especialistas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, nesta quinta-feira.

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Apesar de a Nasa já ter um programa para manejar o lixo espacial, os especialistas insistem na necessidade de tomar novas providências devido ao aumento das missões.

Segundo os dados recolhidos, os resíduos espaciais aumentaram o suficiente para gerar choques em série, criando mais lixo espacial e colocando as tripulações em risco. Em junho, os seis tripulantes na Estação Espacial Internacional (ISS) tiveram que buscar refúgio nas naves de emergência Soyuz por causa de um dejeto espacial que passou a uma distância de apenas 250 metros do módulo.

Contudo, os especialistas reconhecem a complexidade e a dificuldade envolvida no controle dos resíduos orbitais. Além disso, devido a cortes orçamentários, a Nasa teve que ajustar as despesas de seus programas, inclusive o que se responsabiliza pelos detritos espaciais.

Lixão celeste – A Nasa acompanha mais de 500 mil peças de “lixo espacial”. São restos de satélites e outros dejetos mecânicos de missões ao espaço. Essas peças giram em órbita na Terra a velocidades de até 28.000 quilômetros por hora, o suficiente para danificar um satélite ou até uma nave espacial.

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A análise mostra que 30% do lixo espacial pode ser atribuído aos Estados Unidos. O problema é que os EUA não podem limpar a sujeira de outros países.

Imbróglio – O princípio jurídico internacional diz que nenhuma nação pode colher os objetos de outras no espaço. Por isso, o manejo de todos os resíduos é um assunto a ser tratado em fóruns multilaterais. Os especialistas afirmam que seria preciso que a Nasa analisasse, junto com o governo, os requisitos legais e os aspectos diplomáticos que a melhora do sistema poderia exigir.

O relatório aponta que, embora a Nasa concorde com a necessidade da eliminação ou resgate dos escombros, a agência e o governo americanos ainda não conseguiram traçar um plano de ação.

Lixo espacial

Perguntas & Respostas

  • O que é lixo espacial? O lixo espacial é composto por detritos de naves, combustíveis, satélites desativados, lascas de tinta, combustível, pedaços de mantas térmicas e foguetes, objetos metálicos e até mesmo ferramentas perdidas por astronautas durante as suas explorações espaciais.
  • Como está a situação atualmente? Há cerca de 800 satélites ativos em órbita. De acordo com dados divulgados em 2008 pela Nasa, foram contabilizados no espaço aproximadamente 17.000 destroços acima de 10 centímetros, 200.000 objetos com tamanho entre 1 e 10 centímetros e dezenas de milhões de partículas menores que 1 centímetro.
  • O que acontece com os detritos que ficam no espaço e ninguém retira? Nem tudo o que foi colocado no espaço permanece em órbita. Os detritos vão perdendo altitude aos poucos e, mais cedo ou mais tarde, caem na Terra.
  • É possível ser atingido por um pedaço de satélite? A chance de ser atingido é reduzidíssima. Foram registradas quedas de detritos em diversas localidades, mas na maioria das vezes o lixo acaba queimando antes de cair na Terra. Quando consegue atravessar a atmosfera, o lixo espacial ainda enfrenta a probabilidade de cair no mar, já que os oceanos ocupam 75% da Terra.
  • Na pior das hipóteses, quais são os riscos do acúmulo de lixo espacial? O cenário mais remoto é a Síndrome de Kessler. A hipótese, apresentada por um físico da Nasa, sustenta que haverá um momento em que o espaço terá tantos detritos que será impossível utilizá-lo para as necessidades da humanidade. Quando dois objetos se chocam, eles geram mais fragmentos.
  • Como os detritos espaciais poderiam afetar a vida do homem? A grande afetada seria a sociedade. Os satélites que atualmente estão em órbita são responsáveis por transmitir dados, sinais de televisão, rádio e telefone, sem contar os equipamentos que fornecem informações sobre mudanças climáticas, antecipam fenômenos naturais e fazem o mapeamento de áreas.
  • É possível fazer uma “faxina espacial”? Não existe tecnologia para remover esses objetos em órbita. Há apenas algumas idéias, como redes gigantes, canhões laser, um painel de espuma para reduzir a velocidade dos satélites, e um lixeiro espacial robótico, mas são caras demais.
  • Há alguma alternativa para evitar que os satélites que estão em órbita não se tornem lixo espacial? Sim. É preciso programá-los para que eles sigam em direção às chamadas órbitas-cemitério. Assim, os satélites ficariam em lugares bem distantes da Terra, sem oferecer riscos de colisões.
  • Por que o uso das órbitas-cemitério não é tão comum? Muitas vezes isso não ocorre por razões financeiras. Um satélite é projetado para permanecer em órbita por cerca de quatro anos. Retirá-lo de lá antes de desligá-lo para movê-lo em direção a outro lugar significa interromper um trabalho que custa caro. Se a empresa demora muito, acaba ficando tarde demais.
  • O que as agências espaciais estão fazendo a respeito? A maioria das organizações possui um núcleo para tratar de assuntos relacionados ao lixo espacial. As organizações costumam recomendar práticas ideais, mas que dificilmente são adotadas, já que não são imposições legais.
  • O Brasil também tem sua parte de responsabilidade na “poluição do espaço”? O Brasil possui dois satélites de coleta de dados e mais três satélites em conjunto com a China. Nenhum deles dispõe de um sistema para que seja feita sua remoção em órbita.

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