Nasa e Inpe assinam acordo para pesquisa espacial
Parceria vai auxiliar no monitoramento e prevenção de desastres naturais
A agência espacial americana (Nasa) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) firmaram nesta quinta-feira um acordo para o compartilhamento de dados ambientais e projetos de pesquisas espaciais. O diretor-chefe da Nasa, Charles Bolden, esteve no Inpe, em São José dos Campos, interior de São Paulo, para a assinatura do convênio.
O ponto principal do acordo é o projeto Medidas Globais de Precipitação (GPM), que tem como objetivo a produção de informações climáticas, que podem ser utilizadas posteriormente na prevenção de efeitos causados por desastres naturais. “A cooperação virá no formato de análise de dados, que será feita a partir de softwares criados por nós”, disse Marco Antônio Chamon, coordenador de gestão tecnológica do Inpe.
As instituições também firmaram a intenção de desenvolver um satélite em parceria, ideia que para sair do papel ainda depende da aprovação – e verba – do governo. A ideia é fabricar uma sonda com atenção total à região tropical, chamado de Observatório Global do Ecossistema Terrestre (GTEO).
Chamon aponta que sem a parceria com os americanos, o desenvolvimento de um satélite pode custar mais de 1 70 milhões de dólares, além do custo dos estudos de viabilidade, que podem chegar a 300.000 reais. “Precisaríamos desenvolver várias tecnologias do zero. Isso demoraria anos”, disse.
Bolden, o ex-astronauta que hoje controla Nasa, fez uma rápida apresentação para alunos do ensino médio da região e contou que a agência tem hoje três prioridades: “o desenvolvimento para um foguete capaz de viajar além da órbita terrestre, o telescópio James Webb – que deve substituir o Hubble – e os voos espaciais oferecidos por empresas privadas, que podem baratear o custo do transporte para a Estação Espacial Internacional”.