Em média, cerca de 65% das mulheres que carregam a mutação do gene BRCA1 irá desenvolver câncer de mama e 40% poderá desenvolver câncer de ovário, aos 70 anos de idade
Cientistas encontraram uma região do DNA que pode aumentar ou diminuir o risco de desenvolver câncer de mama, segundo descoberta publicada neste domingo pela revista científica Nature Genetics. De acordo com a pesquisa, uma mutação específica do gene BRCA1 poderia orientar os médicos sobre a maior probabilidade de uma mulher ter a doença – o que ajudaria na decisão de optar por métodos preventivos.
Para a pesquisa, foram estudadas 2.300 mulheres que possuíam a mutação no gene BRCA1, que já aumenta significativamente o risco do desenvolvimento de certos tipos de câncer.
Há algum tempo, os cientistas já sabiam que certas mutações genéticas estão ligadas a um risco maior de desenvolver câncer de mama ou ovário. Em média, cerca de 65% das mulheres que carregam esse gene irá desenvolver câncer de mama e 40% poderá desenvolver câncer de ovário, aos 70 anos de idade.
Segundo os resultados, eles encontraram uma região do DNA que, dependendo da sua configuração, poderia aumentar ou reduzir o risco de desenvolver câncer. “Descobrimos uma região do DNA que atua como se fosse o controle de um volume – capaz de virar para cima ou para baixo o risco de desenvolver câncer de mama por conta de falhas no gene BRCA1”, disse Antonis Antoniou, da Universidade de Cambridge, líder do estudo.
“Nossa descoberta é o primeiro passo para um estudo muito maior para identificar fatores genéticos que modificam o risco de câncer de mama em mulheres portadoras de mutações BRCA1. Isso nos ajudaria a avaliar o risco de cada mulher e também a monitorar a doença”, completou Antoniou.
Apenas um em cada 20 casos de câncer de mama envolvem a mutação do gene BRCA1. Os pesquisadores acreditam, porém, que a região do DNA que eles encontraram pode trazer outras descobertas no futuro.