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Mudanças climáticas impulsionaram desenvolvimento humano

Pesquisa mostra que períodos mais úmidos na África do Sul coincidiram com inovações tecnológicas ocorridas entre 80.000 e 40.000 anos atrás

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h20 - Publicado em 21 Maio 2013, 19h18

Uma pesquisa publicada nesta terça-feira na revista Nature Communications mostra que rápidas mudanças climáticas ocorridas entre 80.000 e 40.000 anos atrás provocaram surtos de inovação cultural. O estudo se baseia em dados da África do Sul e mostra que períodos de aumento da umidade coincidem com grandes avanços tecnológicos, como a fabricação de ferramentas de pedras e ossos e ornamentos pessoais.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Development of Middle Stone Age innovation linked to rapid climate change

Onde foi divulgada: periódico Nature Communications

Quem fez: Martin Ziegler, Margit H. Simon, Ian R. Hall, Stephen Barker, Chris Stringer e Rainer Zahn

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Instituição: Universidade de Cardiff, no País de Gales; Museu de História Natural de Londres, e outras instituições

Dados de amostragem: Amostras de sedimentos marinhos encontrados na costa da África do Sul

Resultado: Ao reconstruir a evolução do clima ao longo dos últimos 100.000 anos, os pesquisadores perceberam que períodos de maior umidade coincidiram com momentos de maior desenvolvimento tecnológico

Os humanos modernos surgiram há cerca de 200.000 anos durante a Média Idade da Pedra – período que durou de 280.000 a 30.000 anos atrás. Alguns dos exemplos mais remotos de artefatos culturais foram encontrados na África do Sul, com evidências fósseis que mostram picos do desenvolvimento das populações locais.

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Nesse estudo, os cientistas analisaram sedimentos marinhos da costa da África do Sul e reconstruíram a evolução climática da região ao longo dos últimos 100.000 anos. “Nós descobrimos que a África do Sul passou por rápidas transições para climas mais úmidos na mesma época em que o Hemisfério Norte experimentava condições extremamente frias”, afirma Martin Ziegler, professor da Universidade de Cardiff, no País de Gales.

Os pesquisadores já haviam ligado esses períodos de resfriamento do Hemisfério Norte a mudanças nas correntes marinhas atlânticas, que reduziram o transporte de água quente até o Norte do planeta. Pela mesma razão, eles também haviam notado que a África subsaariana passou a sofrer com grandes períodos de seca. “Nossos novos dados, no entanto, contrastam com o resto da África subsaariana e mostram que o clima na África do Sul respondeu na direção oposta – com um aumento na quantidade de chuvas. Isso pode estar associado a uma movimentação global do cinturão de monções tropicais em direção ao sul”, diz Ziegler.

Fábrica ancestral – Quando os dados climáticos foram comparados aos períodos de grande desenvolvimento cultural dos povos locais, os pesquisadores encontraram grandes coincidências: os vestígios de fabricação acelerada de objetos durante a Média Idade da Pedra coincidem com os períodos de maiores chuvas. “De modo similar, o desaparecimento dessas indústrias parece coincidir com a transição para períodos mais secos”, diz Ian Hall, pesquisador da Universidade de Cardiff. Os pesquisadores teorizam que isso poderia ter acontecido porque os períodos de maior umidade provocariam um crescimento da população local, aumentando a troca de informações culturais.

Os dados arqueológicos da África do Sul são importantes porque mostram algumas das evidências mais antigas do comportamento humano moderno. A pesquisa, no entanto, ainda não pode ser extrapolada para outras regiões do planeta. “A qualidade dos dados da África do Sul nos permitiu fazer correlações entre mudanças climáticas e comportamentais, mas precisaremos de dados de outras áreas antes de dizer que essa região teve importância primordial para o desenvolvimento da cultura humana moderna”, diz Chris Stringer, pesquisador do Museu de História Natural de Londres.

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