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MIT: missão para colonizar Marte acabaria em 68 dias

De acordo com estudo feito por pesquisadores da instituição, colonizadores sofreriam rapidamente com a falta d'água e o ar irrespirável

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h09 - Publicado em 13 out 2014, 19h16

Um grupo de doutorandos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) analisou o projeto da fundação privada Mars One, que pretende enviar uma missão tripulada – e sem volta – ao planeta vermelho em 2025, e concluiu que o sucesso da expedição dependerá de avanços dramáticos na tecnologia utilizada, caso contrário os colonizadores morrerão rapidamente. A pesquisa foi apresentada este mês no 65º Congresso Astronômico Internacional, em Toronto, Canadá.

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Ar irrespirável – Os problemas descobertos surpreenderam os cientistas. A fundação planeja enviar entre 25 e 40 pessoas para viver em Marte, cultivando alimento e utilizando os recursos do planeta. As plantações seriam feitas em um ambiente fechado, junto ao complexo habitacional, mas os pesquisadores alertam que isso faria o nível de oxigênio do ar subir para níveis tóxicos. Para resolver o problema, seriam necessários equipamentos para eliminar o excesso de oxigênio sem provocar perda do nitrogênio, necessário para manter a pressão do ar adequada. Porém, a tecnologia necessária para manter o oxigênio sob controle nunca foi testada fora do nosso planeta, e aqueles testados na Terra têm grandes chances de parar de funcionar depois da decolagem. Sem um equipamento que resolva este problema, os pesquisadores estimam que a tripulação morreria por sufocamento em torno de 68 dias após o início da missão.

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Falta d’água – A missão também sofreria com a falta d’água. Um sistema de reciclagem que transforma urina em água potável foi instalado na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em 2009. Apesar de funcionar com 90% de eficiência nos testes da Nasa, ele quebrou à bordo da ISS. No espaço, os astronautas perdem massa óssea, devido à ausência de gravidade, e expelem cálcio na urina. Depósitos dessa substância interromperam o funcionamento do sistema de reciclagem. O sistema voltou a funcionar, mas com apenas 70% da capacidade. Tendo em vista uma viagem sem previsão de retorno, um problema como seria fatal.

O projeto – O CEO da Mars One, Bas Lansdorp, disse ao site Popular Science que os estudantes utilizaram informações incorretas no estudo. “Eu conversei com especialistas […] que me disseram que essas tecnologias estarão funcionando”, afirma. Quanto ao risco causado pelo excesso de oxigênio, ele afirma que equipamentos similares, usados para retirar o dióxido de carbono da atmosfera, têm sido utilizados no espaço há anos. Lansdorp admitiu, porém, que o maior desafio da missão colonizadora de Marte será manter todos os equipamentos funcionando – e ter peças de reposição disponíveis para isso. Os estudantes usaram a ISS como base para estimar quantas peças precisariam ser trocadas em dois anos, quando deve ser enviada a primeira missão de suprimentos.

Quando foi anunciado, no início deste ano, o Mars One tinha como objetivo iniciar a colonização do planeta vermelho no ano 2027, quando a primeira equipe formada por quatro pessoas chegaria a Marte. Nesta terça-feira, porém, Bas Landsdorp afirmou que o primeiro grupo deve pousar já em 2025. A ideia é que a cada dois anos uma nova equipe seja enviada, e que todos participem de um “reality show” que deverá mostrar a vida fora da Terra.

O Mars One tem Gerard’t Hooft, holandês ganhador do Prêmio Nobel, como um de seus apoiadores. Apesar do ceticismo com que o projeto foi recebido – até agora, as agências espaciais ao redor do mundo só conseguiram enviar sondas robóticas a Marte -, mais de 200 000 pessoas já se inscreveram para tentar pisar em solo marciano. Para tanto, elas precisarão passar por um processo de seleção dividido em quatro etapas.

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