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Missão New Horizons faz aproximação histórica de Plutão nesta terça-feira

Pela primeira vez, uma espaçonave chega a apenas (em termos cósmicos) 12 000 quilômetros da superfície do planeta anão, trazendo informações inéditas sobre ele e desse pedaço desconhecido do Sistema Solar

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h03 - Publicado em 13 jul 2015, 20h20

Às 7h49 desta terça-feira (8h49 no horário de Brasília), a sonda New Horizons, da Nasa, será a primeira espaçonave a chegar muito próxima de Plutão, o planeta anão nos limites do Sistema Solar. Nove anos depois de deixar a Terra, ela fará um rasante de 12 500 quilômetros de altitude, tirando fotos em alta definição e colhendo informações sobre o corpo celeste e sua maior lua, Charon. É uma aproximação histórica de uma área desconhecida do Sistema Solar. Pequenos planetas como Plutão são relíquias de mais de 4 bilhões de anos que podem trazer informações reveladoras sobre as origens do Sistema Solar.

“Podemos esperar uma revolução em nosso conhecimento sobre os pequenos planetas. Não sabemos quase nada sobre eles e, em pouquíssimo tempo, teremos revelações surpreendentes”, disse o astrônomo Alan Stern, líder da missão New Horizons e cientista do Southest Research Institute, nos Estados Unidos (SwRI, na sigla em inglês).

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Plutão em alta definição – Os astrônomos têm poucas informações sobre Plutão e as melhores fotos dele não passam de um amontoado de pixels enviadas pelo telescópio Hubble, muito distante do planeta anão. No momento da maior aproximação, a câmera telescópica Long Range Recconaissance Imager (Lorri) da New Horizons fará imagens com resolução de uma aproximação equivalente a cerca de 100 metros, o que faz com que detalhes do tamanho de uma bola de futebol possam ser vistos. É uma qualidade até 500 vezes superior aos últimos registros. Isso significa que poderão ser notadas crateras, montanhas, lagos com água, gelo. Pela primeira vez, Plutão e seus satélites serão vistos em toda a sua complexidade.

“Em 24 horas, a qualidade da resolução de nossas imagens vai passar de 15 quilômetros por pixel, para menos de 100 metros por pixel”, afirmou Stern. “Pra se ter ideia do nível de precisão, se o Central Park, em Nova York, estivesse em Plutão, conseguiríamos observar as lagoas do parque”. Contudo, como a sonda, do tamanho de um piano, circula em alta velocidade, a cerca de 49 000 quilômetros por hora, não vai poder parar e ficar em órbita ao redor do planeta anão. Ela terá que fazer seu trabalho em movimento constante, o que pode prejudicar algumas das fotografias coletadas.

Com as primeiras fotos da sonda se aproximando de Plutão, divulgadas na última semana, já foi possível identificar áreas claras e escuras no planeta anão. Com uma foto feita a “apenas” 8 milhões de quilômetros, os astrônomos notaram uma área clara em formato de coração , om cerca de 2 000 quilômetros de estensão. Nas últimas 48 horas, os cientistas também descobriram que há fuga de nitrogênio da atmosfera de Plutão e camadas de gelo nos polos. Além disso, a sonda revelou que Plutão é um pouco maior do que o esperado: tem um raio de 1 185 quilômetros, em vez dos 1 150 quilômetros esperados.

O mistério das luas – A sonda percorreu 4,8 bilhões de quilômetros desde que foi lançada pela Nasa, em janeiro de 2009. Naquela época, Plutão ainda não havia sido reclassificado como planeta anão e ainda menos se sabia sobre ele. Nesta terça-feira, o rasante será feito em piloto automático, para tentar coletar o máximo de imagens do corpo celeste e de suas cinco luas: Charon, Styx, Nix, Kerberos e Hydra. Como Plutão está tão distante, os sinais de rádio enviados à New Horizons pelos controladores em Terra demoram cerca de quatro horas para chegar à missão – o que fará com que as imagens coletadas só cheguem a nós durante a noite.

Com as imagens e informações colhidas pelos equipamentos da New Horizons, os astrônomos procuram saber mais sobre a composição da superfície e atmosfera do planeta anão. Até o momento, sabe-se que sua crosta é coberta de nitrogênio congelado, dióxido de carbono, metano e água, mas muitas outras moléculas podem ser descobertas. A atmosfera é rica em hidrogênio, mas como a gravidade de Plutão é apenas 6% da terrestre, os gases que o circundam são facilmente dispersados pelo espaço.

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Além disso, a New Horizons também pretende desvendar alguns mistérios que circundam as luas do planeta anão. Ao longo dos últimos dez anos, o telescópio Hubble descobriu que as quatro luas minúsculas orbitam Plutão e Caronte. Juntos, eles forma um sistema binário de planetas: dois corpos, semelhantes em tamanho, circulando em torno de seu centro de gravidade comum. Com o apoio de fotografias, os pesquisadores analisaram o brilho destes pequenos planetas e suas luas. Nix e Hydra parecem ter uma superfície brilhante, como Caronte, enquanto Kerberos é mais escura. Além disso, elas têm órbitas aparentemente caóticas.

Cinturão de Kuiper – Após se aproximar de Plutão, a New Horizons viajará para uma região do Sistema Solar conhecida como Cinturão de Kuiper, que se estende de Netuno até depois do planeta anão. Em Kuiper existem diversos planetas anões, mas a área foi até hoje pouco explorada por missões espaciais. Essa segunda etapa da viagem está prevista para o período entre 2016 e 2020.

(Da redação)

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