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Mata Atlântica tem maior desmatamento em Minas e Bahia

Dados do Inpe mostram que só resta 7,9% da cobertura original do ecossistema

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h35 - Publicado em 29 Maio 2012, 17h12

Minas Gerais e Bahia foram os estados que mais desmataram a Mata Atlântica entre 2010 e 2011. Nesse período, o ecossistema perdeu, ao todo, 13.312 hectares, o equivalente a uma vez e meia a área da ilha de Manhanttan, em Nova York. Juntos, os dois estados que lideram o ranking foram responsáveis por 81% da devastação. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Fundação SOS Mata Atlântica. A análise é publicada periodicamente desde 1990.

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MATA ATLÂNTICA

A Mata Atlântica é o ecossistema mais ameaçado do Brasil. Nela, vive mais de 62% da população brasileira e estão localizados 58% dos municípios do país. As florestas atlânticas abrigam árvores que atingem de 20 a 30 metros de altura. Elas acompanhavam todo litoral brasileiro do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Por causa do desmatamento, resta apenas 7,9% da área original em fragmentos acima de 100 hectares, essenciais para a conservação da biodiversidade. Considerando todos os pequenos fragmentos de floresta natural acima de 3 hectares, o índice chega a 13,32%.

ATLAS DA MATA ATLÂNTICA

O Atlas dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados do Bioma Mata Atlântica é publicado desde 1990. Trata-se de uma parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, uma organização não-governamental, e o Instituto de Pesquisas Espaciais, órgão ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Desde a quinta edição, de 2005-2008, o atlas considera os limites da Mata Atlântica com base na lei nº 11.429, de 2006.

De acordo com Marcia Hirota, coordenadora do Atlas pela Fundação SOS Mata Atlântica, houve uma pequena queda no desmatamento total. Contudo, o recuo pode ser devido à dificuldade de medir o desmate em regiões cobertas por nuvens. O mau tempo resultou na avaliação apenas parcial da Bahia (57%), de Minas Gerais (58%) e do Espírito Santo (36%), além de vários estados da Região Nordeste.

“O ritmo de desmatamento continua estável, o que é preocupante”, avalia Marcia. Nos últimos 25 anos a Mata Atlântica perdeu 17.354 quilômetros quadrados, o equivalente a 84% da área do País de Gales. Isso quer dizer que resta apenas 7,9% da área original, se considerados os remanescentes florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativos para a conservação de biodiversidade.

Triângulo do desmatamento – Entre os municípios, dos cinco que mais desmataram, três são de Minas Gerais. Eles formam o que os analistas chamaram de ‘Triângulo do Desmatamento’, e estão localizados na região nordeste do estado. São eles: Águas Vermelhas, a campeã do desmatamento (1.367 hectares); Jequitinhonha (1.270 hectares), que ficou em terceiro lugar – atrás de Canavieiras, na Bahia (1.337 hectares) -; e Ponto dos Volantes, com 539 hectares, que ficou em quinto, atrás da cidade baiana de Belmonte (902 hectares). Nessa região já foram identificados vários desflorestamentos entre 2008 e 2010. De acordo com a fundação, as florestas nativas estão sendo transformadas em carvão e substituídas por eucalipto. “O alerta fica principalmente para Minas, o estado que mais perdeu em termos de floresta”, diz Marcia. (continue lendo a matéria)

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Desmatamento na Mata Atlântica – Arte VEJA ()

Apesar da situação preocupante dos dois primeiros colocados, alguns estados registraram quedas acentuadas nas taxas de desmatamento. O destaque é a região Sul. Entre 2008 e 2010, 8.813 hectares foram desmatados. Entre 2010 e 2011, foram 750 hectares.

O Rio de Janeiro, que já liderou a lista dos maiores devastadores em análises anteriores, agora está entre os que mais preservam. “O estado tem feito um excelente trabalho com a criação de Unidades de Conservação e com a participação da sociedade”, diz Marcia.

De acordo com Mario Montovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, o maior inimigo da Mata Atlântica é a expansão imobiliária. “No geral, a ocupação, o loteamento e a construção de imóveis é o maior problema atualmente”, diz.

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