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Massacre violento no Quênia é o relato de guerra mais antigo da humanidade

Ocorrido há mais de 10.000 anos, foram encontrados restos mortais de 27 membros de uma tribo de nômades. Mulheres, homens e crianças apresentavam crânios rachados e graves lesões provocadas por lâminas de pedras

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h59 - Publicado em 21 jan 2016, 12h50

Mulheres, homens e crianças com crânios rachados e graves lesões provocadas por lâminas de pedras formavam o cenário que uma equipe de pesquisadores relatou em um estudo publicado na última quarta (20), no periódico Nature. O massacre brutal ocorrido há aproximadamente 10.000 anos foi considerado a mais antiga evidência de guerra da humanidade. Segundo os pesquisadores, em maioria da Universidade de Cambridge, foram encontrados restos mortais de 27 membros de uma tribo de nômades pré-históricos próximos ao que seria uma lagoa no Quênia.

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Violência – Entre os 27 nômades encontrados, 21 eram adultos, sendo 8 homens, 8 mulheres e 5 não identificados; outros 6 eram crianças. Dentre as mulheres, os pesquisadores encontraram uma gestante no último mês de gravidez. A posição na qual seus ossos foram encontrados sinalizou aos arqueólogos que ela tinha os pés e mãos amarrados em frente ao corpo quando morreu. Os restos mortais do feto também foram encontrados.

Os ossos das vítimas contam uma verdadeira história de terror: crânios esmagados, perfurações por lâminas de pedra, pés, joelhos e costelas quebradas (possivelmente para evitar que fugissem) e membros atados. Nenhum dos corpos foi enterrado e, segundo o estudo, todos foram deixados para morrer. Entre os homens, foram encontradas muitas evidências de pancadas na cabeça, sendo que em um deles, uma espécie de navalha feita de pedra vulcânica ainda estava presa em seu crânio.

Invasão – A paleontologista da Universidade de Cambridge, Marta Mirazón Lahr, falou à Reuters que as evidências indicam que esta tribo de nômades caçava animais, pescava peixes e coletava plantas comestíveis. Possivelmente, segundo a pesquisadora, eles foram surpreendidos por um ataque de invasores de outra tribo.

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A região na qual as ossadas foram encontradas revela indícios de quais poderiam ter sido as razões para tal massacre: hoje situada no sítio chamado Nataruk, uma área árida do Quênia a 30 quilômetros do Lago Turkana, 10.000 anos atrás o local foi abrigo de uma fértil lagoa capaz de oferecer alimento e sobrevivência a toda a tribo encontrada e seus familiares. Este poderia ter sido o motivo de alguma outra tribo se interessar pela área territorial e aniquilar os “rivais” estavam alojados ali.

O estudo dos ossos encontrados em Nataruk abre a discussão sobre quanto tempo a guerra tem sido parte da experiência humana. Segundo Mirazón Lahr, há muito mais tempo que pensávamos.”No final, todos os massacres são selvagens. Quantos exemplos nós temos na nossa história atual? Mas encontrar estas evidências de um massacre nos esqueletos de nômades deste período foi totalmente surpreendente”, disse a pesquisadora.

(Da redação)

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