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Maior projeto astronômico do mundo, observatório ALMA é inaugurado no Chile

Telescópio é formado por 66 antenas que poderão detectar luz em comprimentos de onda invisíveis ao olho humano

Por Guilherme Rosa
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h22 - Publicado em 13 mar 2013, 19h23

O Atacama Large Millimeter Array (ALMA), a maior rede de telescópios do mundo, foi inaugurado nesta quarta-feira na Planície Chajnantor, a mais de 5.000 metros de altitude no deserto do Atacama, Chile. A cerimônia de inauguração contou com mais de 500 convidados e marcou o fim da instalação dos sistemas principais do telescópio e sua transição formal de um projeto em construção, que já operava com 16 antenas desde 2011, para um observatório em pleno funcionamento. A construção do observatório custou cerca de 1,4 bilhão de dólares e é resultado de um projeto conjunto da Europa, Estados Unidos, Taiwan, Japão e Chile.

O ALMA é formado por 66 antenas – 54 medindo doze metros de diâmetro e outras doze com sete metros – que podem operar em conjunto e funcionar como um único e imenso radiotelescópio. A construção de todas as antenas já foi finalizada, mas sete ainda estão em fase de testes e devem entrar em operação até julho. Com apenas 16 antenas em funcionamento, o observatório já foi capaz de realizar observações inéditas e ajudar a compreender melhor a formação do Universo. Com todas as antenas funcionando, as possibilidades são imensas. “O ALMA já mostrou que é o mais avançado telescópio milimétrico/submilimétrico do mundo, superando qualquer outro já construído. Estamos ansiosos para que os astrônomos comecem a explorar todo o poder dessa ferramenta maravilhosa”, disse o holandês Thijs de Graauw, direto do ALMA, durante a cerimônia.

O telescópio é capaz de detectar comprimentos de luz minúsculos, que são invisíveis ao olho humano, e poderá registrar imagens inéditas do nascimento de estrelas e galáxias nas primeiras etapas do Universo. Ele também poderá estudar a distribuição das moléculas que se formam no espaço entre as estrelas. “A principal característica do ALMA é observar ondas milimétricas e submilimétricas – o que pouquíssimos telescópios conseguem. Normalmente, essas ondas são bloqueadas pela atmosfera, principalmente as moléculas de água. Por isso, o deserto do Atacama, um local muito seco e alto, foi o melhor lugar do mundo para sua construção”, disse Gustavo Rojas, astrofísico da Universidade Federal de São Carlos.

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ASTRONOMIA SUBMILIMÉTRICA

Braço da astronomia que conduz observações de ondas que ficam entre o infravermelho e as micro-ondas no espectro eletromagnético. Nessa faixa, os astrônomos conseguem observar berçários de estrelas e o núcleo de nuvens escuras, com o objetivo de entender o processo de formação dos astros. Além disso, as observações também tentam determinar os mecanismos de formação e evolução das galáxias.

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Projeto internacional – Estiveram presentes na cerimônia de inauguração representantes de todas as agências envolvidas na construção do telescópio, como o Observatório Europeu do Sul (ESO) e a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. O evento foi encerrado com um discurso do presidente chileno Sebastián Piñera: “Um dos nossos muitos recursos naturais é o espetacular céu noturno do Chile. Acredito que a ciência tem contribuído para o desenvolvimento do Chile nos anos recentes. Eu tenho muito orgulho de nossa colaboração internacional na astronomia, das quais o ALMA é o último e maior resultado”, disse.

A cerimônia marca a conclusão de um projeto que começou a ser desenhado nos anos 1980 de forma separada por Europa, Estados Unidos e Japão. Unificado nos anos 1990, o projeto começou a sair do papel em 2003, quando teve início a construção do ALMA. “Esse é um exemplo das grandes conquistas que são possíveis quando instituições e nações juntam seus esforços. Ao aplicar isso em escala global em um projeto tão grande, estamos dando aos países membros do ESO a possibilidade de realizar pesquisas científicas únicas”, disse Tim de Zeeuw, diretor-geral do ESO.

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