Liberado teste de célula-tronco embrionária em humanos
Empresa vai recrutar até dez pacientes com lesões medulares para receber injeções de células nervosas progenitoras
Essas células são consideradas as mais versáteis de todas e são obtidas de embriões com poucos dias de vida
A Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou nesta sexta-feira, pela primeira vez, que essas células sejam injetadas experimentalmente em seres humanos. De acordo com reportagem publicada pelo The New York Times, o estudo será conduzido pela empresa de biotecnologia Geron, que financiou a pesquisa pioneira de Wisconsin, em 1998, e agora, após uma década de experimentos in vitro e com animais, poderá finalmente testar o potencial terapêutico de suas células no organismo humano.
Este é o primeiro e único ensaio clínico com células-tronco embrionárias humanas aprovado no mundo até agora. A decisão acontece doze anos após o surgimento da primeira linhagem de células-tronco, na Universidade de Wisconsin. Essas células são consideradas as mais versáteis de todas e são obtidas de embriões com poucos dias de vida. Elas podem se transformar em qualquer tipo de célula tronco.
A empresa, com sede na Califórnia, vai recrutar até dez pacientes com lesões medulares para receber injeções de células nervosas progenitoras, produzidas pela diferenciação de células-tronco embrionárias humanas in vitro. A intenção é que essas células progenitoras, uma vez dentro da medula, se diferenciem em um tipo específico de célula do sistema nervoso central, chamada oligodendrócito, que reveste os nervos e permite a transmissão dos sinais elétricos enviados do cérebro para o restante do organismo.
Em experimentos com ratos lesionados, a técnica se mostrou eficaz, devolvendo parte dos movimentos e do controle motor e sensorial aos animais. O início dos testes em humanos foi autorizado em janeiro de 2009, mas o aparecimento de cistos na medula de alguns dos animais tratados fez com que a FDA colocasse a autorização “em espera”, até que a empresa pudesse investigar a questão. A Geron anunciou nesta sexta-feira que aperfeiçoou os protocolos de segurança relacionados à diferenciação das células, fez novos experimentos com animais e conseguiu, novamente, luz verde da FDA para seguir em frente com o ensaios clínicos em seres humanos.
(Com The New York Times)