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Estudo mostra que a leitura é capaz de modificar o cérebro

Aumento de conexões em algumas áreas cerebrais faz com que o leitor se sinta na pele do personagem

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h15 - Publicado em 6 jan 2014, 11h37

Para leitores, o fato de que histórias podem mudar uma pessoa não é nenhuma novidade. Porém, um novo estudo indica que a leitura de um romance pode provocar mudanças reais no cérebro, que persistem por alguns dias mesmo depois que o livro acaba. Os resultados foram publicados na edição de dezembro do periódico Brain Connectivity.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Short- and Long-Term Effects of a Novel on Connectivity in the Brain

Onde foi divulgada: periódico Brain Connectivity

Quem fez: Gregory S. Berns, Kristina Blaine, Michael J. Prietula e Brandon E. Pye

Instituição: Universidade de Emory, EUA

Dados de amostragem: 21 estudantes de graduação

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Resultado: O estudo mostrou que a leitura de um romance provoca mudanças de conectividade no cérebro, que persistem mesmo alguns dias após o término da leitura.

Enquanto outras pesquisas nessa área começaram a utilizar a ressonância magnética para identificar as redes cerebrais associadas à leitura, principalmente enquanto as pessoas leem, o estudo de Berns e sua equipe teve como foco os efeitos naturais que permanecem no cérebro após essa atividade.

“Histórias ajudam a dar forma às nossas vidas, e às vezes ajudam a definir uma pessoa. Nós queremos entender como elas entram no nosso cérebro, e o que são capazes de fazer com ele”, conta Gregory Berns, neurocientista da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, e principal autor do artigo.

Acompanhamento – Participaram do estudo 21 estudantes de graduação da Universidade de Emory, que se submeteram à ressonância magnética por 19 manhãs consecutivas. Os primeiros cinco dias serviram apenas para registrar a atividade normal dessas pessoas durante o repouso. Depois, durante nove dias, eles leram o romance Pompéia, escrito por Robert Harris. A história se baseia em um evento real, a erupção do Monte Vesúvio na Itália, e acompanha um protagonista que, de fora da cidade de Pompéia, percebe a fumaça ao redor do vulcão e tenta voltar para salvar sua amada.

Os participantes deveriam ler uma parte do livro à noite, e passar pela ressonância magnética na manhã seguinte. Terminado o período de leitura, os eles foram ao laboratório por mais cinco dias, para que os pesquisadores avaliassem se os efeitos da história permaneceriam.

Nas manhãs seguintes à leitura, os resultados mostraram um aumento na conectividade de uma região do cérebro associada à recepção da linguagem. “Apesar de os participantes não estarem lendo enquanto eram avaliados, eles retiveram esse aumento de conectividade”, explica Berns. Um aumento de conexões também foi identificado no sulco central do cérebro, região ligada à função motora. Os neurônios dessa região estão relacionados à criação de representações de uma sensação do corpo – o simples pensar em correr, por exemplo, pode ativar os neurônios associados ao ato físico de correr.

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Sentir na pele – Para os pesquisadores, essas mudanças cerebrais provocadas pela leitura, que têm a ver com a movimentação e sensações físicas, sugerem que um romance pode, de certa forma, transportar o leitor para o corpo do protagonista. “Nós já sabíamos que boas histórias podem te colocar no lugar de outra pessoa, em um sentido figurado. Agora estamos percebendo que algo assim também ocorre biologicamente”, explica Berns.

Os pesquisadores ainda não sabem dizer até onde essas mudanças podem ir, mas elas persistiram pelo menos durante os primeiros cinco dias após a leitura, analisados neste estudo. “O fato de que detectamos esses efeitos alguns dias depois da leitura de um romance escolhido aleatoriamente por nós sugere que os romances favoritos de uma pessoa podem desencadear efeitos mais intensos e duradouros”, afirma o pesquisador.

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