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‘Hobbits’ e humanos provavelmente nunca se encontraram, diz estudo

Nova pesquisa publicada na revista 'Nature' revela que o 'Homo floresiensis', que ganhou o nome da personagem da ficção devido a seu tamanho diminuto, foi extinto há 50.000 anos, o que torna bastante improvável seu convívio com humanos modernos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h57 - Publicado em 31 mar 2016, 15h35

Ao que tudo indica, humanos modernos e hobbits só se encontraram na ficção. De acordo com estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature, novas análises sugerem que o Homo floresiensis, que ganhou dos cientistas o apelido de “hobbit” devido a seu tamanho diminuto, foi extinto há 50.000 anos na ilha de Flores, na Indonésia. Com a nova data, torna-se bastante improvável que ele tivesse convivido com o Homo sapiens, que apenas começava a chegar à região.

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Estudos feitos com base em fósseis encontrados na caverna de Liang Bua, em 2003, apontavam que o H. floresiensis, um hominídeo primitivo que chegava a medir até 1 metro de altura e pesava 25 quilos (por isso a espécie ganhou o apelido de “hobbit”, em homenagem às personagens da saga O Senhor dos Anéis, escrita por J. R. R. Tolkien), havia habitado a ilha entre 95.000 e 12.000 anos atrás. Assim, a espécie provavelmente teria encontrado com o H. sapiens, que começou a chegar ao local há cerca de 50.000 anos.

Mas, o novo estudo, feito pela equipe do arqueólogo Thomas Sutikna, da Universidade de Wollongong, na Austrália, analisou as camadas de sedimentos que se acumularam na caverna, que incluíam ossos do H. floresiensis, artefatos de pedras e vestígios de animais extintos, e descobriu que os pequenos hominídeos utilizaram a caverna entre 190.000 e 50.000 anos atrás. De acordo com os cientistas, a nova data, que torna a extinção dos “hobbits” quase 40.000 anos mais antiga, levanta diversas dúvidas a respeito do encontro entre humanos e o H. florensiensis.

Alguns especialistas, contudo, levantam a hipótese de que, devido às datas próximas da extinção da H. floresiensis e da chegada dos humanos modernos à Indonésia, pode ter existido alguma relação entre a chegada do novo habitante e a extinção do antigo, talvez competindo pelos escassos recursos da ilha. “As novas datas são muito próximas das evidências mais antigas do homem moderno na região, o que pode sugerir uma relação causal para o desaparecimento do H. floresiensis“, afirmou o arqueólogo Tom Higham, da Universidade Oxford, na Inglaterra, à Nature.

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Nanico – O estudo também pode ajudar os pesquisadores a descobrir outros detalhes sobre a existência dos antigos “hobbits”. De acordo com pesquisa de 2013, os H. floresiensis podem ter diminuído de tamanho depois de terem chegado à ilha de Flores, onde não foram muito bem sucedidos e tiveram de reduzir seu gasto de energia para sobreviver em um ambiente de recursos limitados. A espécie seria um descendente perdido do Homo erectus – hominídeo ancestral dos humanos que viveu há até 300.000 anos -, que teria progressivamente encolhido através das gerações para adaptar suas necessidades aos recursos pouco abundantes.

Este fenômeno de “nanismo insular” é bem conhecido entre os animais. Os hipopótamos pigmeus que viveram antigamente em Madagascar apresentavam também um cérebro 30% menor em relação ao seu tamanho. E, graças a vestígios encontrados em uma caverna, os cientistas sabem que o H. floresiensis caçava e comia elefantes pigmeus, que certamente passaram pelo mesmo fenômeno evolutivo.

(Da redação)

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