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Gene pode prever risco de psicose entre jovens usuários de maconha

Jovens com uma variação no gene AKT1 experimentam distorções visuais, paranoia e outros sintomas psicóticos de forma mais acentuada quando estão sob efeito da maconha

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h58 - Publicado em 18 fev 2016, 09h56

Cientistas britânicos identificaram um gene que pode ser utilizado para prever o quanto um jovem usuário de maconha é suscetível a desenvolver psicose. De acordo com o estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Exeter e do University College London (UCL), cerca de 1% dos usuários de maconha desenvolvem esse tipo de alteração mental. “Essa pesquisa pode ajudar a encontrar o caminho para a prevenção e para o tratamento da psicose da cannabis“, afirmou Celia Morgan, professora de psicofarmacologia da Universidade de Exeter e autora do estudo.

A pesquisa, publicada na última edição da revista científica Translational Psychiatry, da Nature, observou pessoas saudáveis e examinou como a droga afeta suas mentes. Uma pesquisa havia determinado uma ligação entre o gene AKT1 e pessoas que já haviam desenvolvido psicose. No novo estudo, Celia Morgan e Val Curran, do UCL, descobriram que jovens com uma variação no gene AKT1 experimentam distorções visuais, paranoia e outros sintomas psicóticos de forma mais acentuada quando estão sob influência da maconha. “Essa descoberta é a primeira a demonstrar que pessoas com variação no genótipo AKT1 têm muito mais probabilidade de experimentar efeitos fortes ao fumar maconha, mesmo que elas sejam saudáveis antes disso”, disse Célia.

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Resposta psicótica – A análise envolveu 442 jovens (entre 16 e 23 anos) usuários de maconha que foram testados tanto sóbrios como sob a influência da droga. Os cientistas mediram a extensão dos sintomas de intoxicação e o efeito na perda de memória. Os dados foram comparados com os resultados obtidos sete dias depois, quando os jovens estavam livres do efeito da droga. Eles constataram então que os que tinham a variação no genótipo AKT1 tinham mais probabilidade de experimentar a resposta psicótica. Segundo os cientistas, embora apenas 1% dos usuários desenvolva psicose, o impacto nas vidas dos jovens pode ser devastador e de longa duração.

O estudo também mostra que as mulheres que fumam maconha podem ser potencialmente mais suscetíveis que os homens à perda de memória de curto prazo provocada pela droga. “Estudos em animais mostraram que os machos possuem maior número dos receptores onde a maconha funciona em partes do cérebro importantes para a memória de curto prazo, como o córtex pré-frontal. Precisamos de mais pesquisas nessa área, mas nossos resultados indicam que os homens podem ser menos sensíveis que as mulheres aos efeitos prejudiciais da maconha sobre a memória”, disse Morgan.

Val Curran afirma que o estudo é o maior já conduzido sobre a resposta aguda à maconha. “Nossa descoberta de que sintomas psicóticos quando um jovem está sob efeito da droga são previstos por variantes do gene AKT1 é um avanço emocionante. Acredita-se que essa reação aguda seja um marcador do risco de desenvolvimento de psicose a partir do uso da droga”, declarou.

(Com Estadão Conteúdo)

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