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Algas são como ‘reservatórios’ de carbono no fundo do mar

Pesquisa conclui que, para cada átomo de ferro colocado no oceano, algas capturam 13.000 átomos de carbono da atmosfera

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h30 - Publicado em 19 jul 2012, 09h37

Uma pesquisa publicada no periódico Nature desta quarta-feira mostra que a proliferação de algas no oceano pode ser uma medida efetiva para capturar gás carbônico da atmosfera e diminuir os efeitos do aquecimento global.

Apesar de estudos anteriores sugerirem que essa alternativa apresentava resultados inexpressivos – não se sabia por quanto tempo o gás poderia ficar preso no fundo do oceano -, pesquisadores do Eifex (European Iron Fertilization Experiment, que em livre tradução é Experimento Europeu de Fertilização com Ferro) comprovaram que mesmo após a morte das algas o gás carbônico não se desprende – seriam, portanto, um “reservatório” de carbono “por séculos”. No entanto, eles não conseguiram mensurar exatamente por quanto tempo isso seria mantido.

Metodologia – O experimento foi feito em uma área de 167 quilômetros quadrados do oceano Antártico. Em fevereiro de 2004, pesquisadores fertilizaram o oceano com várias toneladas de sulfato de ferro. Por 37 dias, eles monitoraram a proliferação de fitoplânctons.

As cinco semanas de observação na Antártida mostraram que a floração do fitoplâncton estava em seu apogeu quatro semanas depois da fertilização. As algas armazenam o gás carbônico e liberam oxigênio, ajudando a manter a temperatura do ambiente.

“Pelo menos metade das algas foi levada para profundezas abaixo dos mil metros do oceano”, disse Victor Smetacek, que coordenou a pesquisa e é biólogo marinho Instituto de Pesquisas Marinhas e Polares Alfred Wegener, de Bremerhaven, na Alemanha.

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Em Wuhan, China, algas flutuam no rio Yangtze, após fortes chuvas na região ()

De acordo com o artigo da Nature, para cada átomo de ferro colocado no mar, 13.000 átomos de carbono eram sequestrados por meio da fotossíntese das algas.

O grupo usou um equipamento que mede a turbidez da água (nível de transparência do oceano) para estabelecer a quantidade de biomassa e de algas mortas no fundo do mar.

Comparando com amostras coletadas fora da área do experimento, eles viram que havia menos carbono depositado no fundo do oceano onde não havia algas.

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Controvérsias – A estimulação deliberada do crescimento de fitoplânctons em grande escala é extremamente controversa. Após perceber que ainda não se conhecia as consequências desse ato em profundidade, as partes da Convenção de Londres (tratado internacional sobre poluição oceânica) decidiu que a fertilização dos oceanos não era recomendada, a não ser para fins científicos.

A descoberta de que a fertilização realmente funciona, apesar de promissora, não é suficiente para amenizar a preocupação acerca dos efeitos na química do oceano e nos ecossistemas marinhos, disse Smetacek.

Tóxico – Alguns cientistas temem que a fertilização em massa possa produzir a proliferação tóxica de algas, ou ainda diminuir a quantidade de oxigênio na água. Com a polêmica que se criou em torno de um possível novo experimento similar, em que críticos dizem que não deve ser aprovado, o Instituto Alfred Wegener já disse que não vai fazer nenhum outro estudo sobre fertilização artificial do oceano, segundo Smetacek.

“Ainda não sabemos o que pode acontecer com as espécies se continuarmos adicionando ferro no oceano”, disse Smetacek. Segundo ele, avanços nesta área só poderão ser feitos após longas e extensivas análises de proliferação natural de algas, que ocorrem ao redor de algumas ilhas do Atlântico.

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(Com agência France-Press)

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