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Evolução explica como um carneiro é capaz de produzir mais de 40 quilos de lã

A tosa do carneiro encontrado na Austrália bateu o recorde da maior quantidade de lã retirada de um animal. Isso só foi possível porque algumas espécies de carneiros têm pelos que jamais param de crescer

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h01 - Publicado em 3 set 2015, 18h44

A tosa de um carneiro que vivia nas florestas da Austrália bateu nesta quarta-feira (3) o recorde de maior quantidade de lã já retirada de um animal, segundo uma ONG. Chris, nome dado ao carneiro pela associação protetora de animais RSPCA, que o resgatou, livrou-se de 40 quilos de lã, retirados por Ian Elkins, campeão australiano de tosa (uma categoria existente no país).

O recorde anterior da maior quantidade de lã retirada de um animal era de uma ovelha selvagem batizada de Big Ben, que foi achada na Nova Zelândia com uma pelagem que chegou a pesar 28,9 quilos em 2014. Normalmente, a lã de um carneiro que não foi tosado durante um ano rende cinco quilos – o que significa que Chris pode ter sobrevivido mais de oito anos em ambiente selvagem.

O volume inacreditável de pelos estava prejudicando a saúde do carneiro. Ele provavelmente acumulava parasitas que causam infecções e outros problemas de pele. Parece impensável que um animal tenha pelos que cresçam tanto e precisem ser retirados com o apoio dos humanos – mas foi exatamente o que aconteceu com o carneiro Chris. A causa disso é a domesticação de sua espécie.

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Seleção artificial – Os carneiros têm sua sobrevivência profundamente ligada à espécie humana. O animal encontrado é do grupo merino, bastante utilizado na produção de lã na Austrália e Nova Zelândia. As primeiras evidências da domesticação dos carneiros têm entre 11.000 e 9.000 anos, quando os primeiros ovinos passaram a viver com os homens na Mesopotâmia. Com a convivência e o uso do pelo de algumas espécies para a fabricação de lã, os carneiros passaram a ser submetidos a um processo conhecido como seleção artificial, em que os homens escolhem as características de animais ou plantas, para que sejam exatamente o que queremos.

O conceito, criado pelo naturalista britânico Charles Darwin (1809-1892) governa o desenvolvimento de espécies como as galinhas, gatos e cachorros, que vivem muito próximas aos humanos. São animais domesticados. Não os inventamos, mas nossos ancestrais fizeram escolhas repetidas, mais ou menos racionais de suas características, que os tornaram o que são hoje. Escolhemos entre diversas variantes sutilmente diferentes, moldando as espécies de carneiros que vivem entre nós da maneira que quisemos.

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“Nenhum dos animais animais domesticados se dão tão bem nas florestas quanto sob os cuidados humanos. Os carneiros do tipo merino não são exceção. Há exemplos de animais que ficaram isolados em ilhas e, eventualmente, ao longo do tempo, voltaram para seu ‘estado natural’ e sobreviveram. Mas é raro”, disse ao site do VEJA o americano Dave Thomas, professor do departamento de ciências animais da Universidade Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos,

Por isso, no ambiente selvagem, os pelos de Chris cresceram tanto. De acordo com Thomas, sua espécie tem pelos que crescem indefinidamente, se os humanos não fizerem a tosa. Sem o corte da lã, os animais podem ter sérios problemas de saúde. Além dos parasitas, sofrem com o excesso de calor da lã e podem ter problemas para se movimentar, o que poderia até levá-los à morte.

(Da redação)

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