Europeus estão ligados a um mesmo grupo de ancestrais
Estudo de DNA mostrou que grupo habitava o noroeste do continente há cerca de 35 mil anos; migração para o resto da Europa teria acontecido a partir de 19 mil anos atrás
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard descobriu que o DNA de todos os europeus está ligado a um mesmo grupo de ancestrais, que habitava o noroeste do continente há cerca de 35 mil anos. O cientista David Reich e seus colegas analisaram pela primeira vez dados do genoma de 51 homens que viveram entre 45 mil e sete mil anos atrás.
À medida que as camadas de gelo se se dissiparam no final da última era glacial, ocorreu uma repopulação da área em que os “pais fundadores” viviam. Ao serem deslocados por outro grupo de humanos, eles teriam se espalhado pelo continente há cerca de 19 mil anos. Assim, teriam deixado rastros genéticos em todo continente.
De acordo com a análise das amostras, os pesquisadores imaginam que essa população se espalhou primeiramente pelo sudeste, onde hoje fica a Espanha. O sucesso de seu DNA estaria ligado principalmente a questões climáticas.
Entre as descobertas feitas no estudo pioneiro, os cientistas identificaram que todos tinham pele escura e olhos castanhos. Só há 14 mil anos os olhos azuis começaram a se difundir. Já a pele clara só apareceu no continente há sete mil anos, trazida pelos primeiros agricultores do Oriente.
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Os restos mortais utilizados na pesquisa incluem três crânios de 31 mil anos de idade da República Checa, a mandíbula de 19 mil anos da “Dama Vermelha” encontrada na caverna de El Mirón, na Espanha, e um crânio de 14 mil anos descoberto em Villabruna, na Itália.
A pesquisa detectou ainda que há no DNA dos humanos modernos uma pequena presença de genes dos Neandertais. Os homens e mulheres de hoje têm cerca de 2% de DNA neandertal que “pode ser levemente tóxico” para os genes. De acordo com David Reich, o estudo evidencia que a seleção natural está acabando com esta parcela do DNA.
Segundo o pesquisador, a extensa pesquisa revela que processo de migração dos primeiros humanos modernos é tão complexo quanto o da história mais recente. “O que nós vemos é uma história populacional que não é menos complicada que a dos últimos sete mil anos, com diversos episódios de substituição e migração em grande escala, em um momento onde as mudanças climáticas eram dramáticas”, disse ao jornal Daily Mail.
(Da redação)