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Descoberta de ave mais antiga do Brasil é chave para entender a diversificação dos pássaros

Um fóssil de 115 milhões anos achado no Ceará traz novas evidências sobre um grupo de aves primitivas que voava sobre os céus do país

Por Rita Loiola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2016, 14h45 - Publicado em 4 jun 2015, 18h41

Há 115 milhões de anos, a ave mais antiga do Brasil, do tamanho de um beija-flor, dividia os céus com pterossauros (grandes répteis voadores) e disputava as florestas com os dinossauros. Seu bico cheio de dentes atacava os invertebrados e sua cauda, 30% maior que o comprimento do corpo, era a principal arma de sedução de parceiros para reprodução. A riqueza de detalhes sobre o pequeno pássaro, obtida pela excelente qualidade dos registros fósseis encontrados no interior do Ceará, ajudará os pesquisadores a compreender como se deu a evolução e diversificação das aves no Cretáceo, período entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás, além de elucidar como era o ambiente brasileiro nessa época.

“Ele é raro, de excepcional beleza e certamente único. Não deixa nenhuma dúvida de que se trata de um de nossos mais preciosos fósseis”, disse ao site de VEJA o paleontólogo Ismar Carvalho, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos líderes do estudo, ao descrever o animal. O artigo sobre o fóssil foi divulgado nesta semana na revista científica Nature Communications.

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Passarinho carnívoro – O trabalho foi feito por um grupo de pesquisadores brasileiros e argentinos, que se debruçaram sobre o fóssil do animal inteiro, com o esqueleto articulado, tecidos e até os pigmentos das penas. Provavelmente, ele pertence a um exemplar jovem, pois os ossos parecem estar em fase de crescimento.

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O registro foi encontrado na área da chapada do Araripe, região que se tornou fonte de fósseis bem preservados de pterossauros. A pequena ave é a primeira encontrada no lugar e a mais completa de toda área que, no passado, foi o supercontinente Gondwana (que unia os territórios da América do Sul, África, Índia, Austrália, Madagascar e Antártica).

“É não só a mais antiga ave descoberta no Brasil, mas sim de todo o Hemisfério Sul. Ao menos das que viviam em Gondwana”, diz Carvalho.

De acordo com o pesquisador, o achado do pequeno pássaro, ave em estágio evolutivo mais avançado que os dinossauros com penas, e pertencente a um grupo totalmente extinto, sem relação direta com animais atuais, revela que os ecossistemas terrestres brasileiros eram mais complexos do que se previa.

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A equipe ainda não deu um nome científico à ave, que pertence ao grupo dos Enantiornithes, que se acredita que se originaram de dinossauros carnívoros. Não há nenhum descendente vivo desse grupo. Os pássaros atuais vêm de outro grupo, os Euornithes. No entanto, a região do nordeste brasileiro onde o fóssil foi encontrado deve esconder outros exemplares do animal, que vão ajudar a desvendar o desenvolvimento das espécies aéreas.

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