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Conheça os primeiros cãezinhos nascidos por fertilização in vitro

Após quatro décadas de tentativas, sete filhotes de beagle nasceram saudáveis. Segundo os cientistas, o procedimento pode salvar espécies ameaçadas de extinção e prevenir doenças genéticas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h00 - Publicado em 10 dez 2015, 13h13

Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, apresentaram nesta quarta-feira (9) os primeiros sete filhotes de cachorro concebidos por fertilização in vitro. Os cãezinhos são da raça Beagle e estão com cinco meses – nasceram em uma cesariana em 10 de julho. De acordo com o estudo descrevendo os detalhes da fertilização, publicado no periódico Plos One, essa ninhada indica que o procedimento poderá ser usado para a conservação de espécies em vias de extinção e para a utilização de tecnologias de edição genética que poderiam erradicar doenças hereditárias em cães e até em seres humanos.

Dos sete filhotes, dois foram produzidos com os óvulos de uma fêmea Beagle e o espermatozóide de um cão Cocker Spaniel e cinco nasceram de dois casais de Beagle. Para que o nascimento do grupo fosse bem sucedido, 19 embriões foram implantados em uma fêmea beagle. Os cachorrinhos receberam os nomes Cannon, Red, Green, Buddy, Beaker, Nelly, e Ivy le Fleur, dados pelos cientistas. Seis deles já foram adotados.

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Dificuldades – Para a fertilização in vitro ser bem sucedida, os cientistas precisam fertilizar um óvulo maduro com um espermatozoide para produzir um embrião. Em seguida, é preciso retornar o embrião para uma fêmea no momento certo de seu ciclo reprodutivo.

No entanto, o ciclo reprodutivo dos cães é diferente de outros mamíferos, pois seus óvulos demoram mais para amadurecer. Além disso, as fêmeas só podem engravidar uma ou duas vezes por ano e os espermatozoides dos cães precisam dos elementos químicos certos (encontrados no útero da fêmea) para conseguir fertilizar o óvulo. Por essas e outras peculiaridades, as tentativas de fertilizar fêmeas de cães vêm sendo feitas desde os anos 1970, sem sucesso.

Para contornar essas adversidades, os cientistas descobriram que, se eles deixassem os óvulos dentro da fêmea um dia a mais, a fertilização teria mais chances de ser bem sucedida. O sistema de reprodução de uma fêmea também prepara o esperma para a fecundação e, por isso, os pesquisadores tiveram de encontrar uma forma de reproduzir o efeito dentro de tubos de laboratório, com o balanceamento ideal dos químicos.

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Após essa etapa, que atingiu uma eficácia na fertilização de mais de 80% os pesquisadores congelaram os embriões até que as fêmeas estivessem exatamente no ponto certo de seu ciclo reprodutivo, antes da implantação.

Espécies ameaçadas – Os pesquisadores acreditam que o procedimento pode ajudar na conservação de espécies ameaçadas de extinção e também abre caminho para a edição genética dos embriões que poderiam ajudar a erradicar problemas hereditários não só em cães, mas também em seres humanos.

“Todo o potencial da genética canina ainda não tinha sido usada por causa da falta do sucesso na fertilização in vitro. Os cães são também um modelo bastante utilizado para estudos sobre transplante de célula-stronco e terapia genética, e algumas raças tem predisposições a características e patologias que também atacam os humanos”, escrevem os autores no estudo.

Assim, no futuro, filhotinhos como esses poderiam uma poderosa ferramenta científica para a compreensão da base genética de doenças que nos afetam e ainda têm o funcionamento desconhecido, como Alzheimer ou Parkinson.

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(Da redação)

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