Conheça as três novas espécies de ‘sapos em miniatura’ do Brasil
Os anfíbios, que medem de 1 a 2,5 centímetros, foram encontrados entre as cidades de Garuva e Blumenau, em Santa Catarina. Apesar de serem venenosos, não oferecem risco para os humanos
Uma equipe de cientistas brasileiros e argentinos descobriu três novas espécies de sapos pequenos e venenosos em regiões montanhosas do Estado de Santa Catarina. Segundo os pesquisadores, a descoberta é importante, pois mostra que essa região funciona como uma “fonte” de espécies, lugar onde surgem os animais, e sua preservação é imprescindível para manter a biodiversidade do país.
O estudo foi publicado nesta quarta-feira (2) pelo periódico científico Plos One. Os sapinhos, que medem de 1 a 2,5 centímetros, foram localizados entre as cidades de Garuva e Blumenau, em uma região da Mata Atlântica que possui morros e vales úmidos, considerada uma verdadeira incubadora biológica e foco de intensa atividade de pesquisa científica.
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‘Sapos em miniatura’ – Os sapos descobertos são de cor marrom, com marcas vermelhas nas patas e cobertos por verrugas. Alimentam-se de formigas e ácaros e, durante o processo de absorção, liberam substâncias químicas que se acumulam na pele e os tornam venenosos para seus predadores, como as serpentes.
De acordo com os pesquisadores, as espécies Melanophryniscus milanoi, Melanophryniscus xanthostomus e Melanophryniscus biancae não são perigosas para os humanos. O Melanophryniscus biancae, apesar de recém-descoberto, já pode ser considerado em risco de extinção devido ao estreito território que ocupa. Apesar da importância da Mata Atlântica, apenas 8% de sua área está preservada.
“Esse estudo consolida o entendimento de que o topo das montanhas da Mata Atlântica do Sul do Brasil abriga espécies únicas e endêmicas, ou seja, com distribuições muito restritas, funcionando como ‘ilhas’ onde as populações se diferenciaram pelo isolamento geográfico”, contou Marcos Bornschein, pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos autores da pesquisa científica.
Essas espécies têm menos de um milhão de anos, o que as torna recentes em termos de evolução biológica. Em junho, outros “sapos em miniatura” haviam sido descobertos na Mata Atlântica, mostrando que a região é fértil em espécies ainda desconhecidas pelos pesquisadores.